Récita de Finalistas 1972/73 |
(agora que abriu a época de caça)...
Já aqui foi dito neste blogue, pela Prof.ª Júlia Ferreira, que naquele tempo no nosso colégio “vivíamos num mundo de equívocos em relação aos títulos dados às pessoas: um «engenheiro» que não era engenheiro, um «tenente» que não era tenente e «doutores» que não eram licenciados…”
Já aqui foi dito neste blogue, pela Prof.ª Júlia Ferreira, que naquele tempo no nosso colégio “vivíamos num mundo de equívocos em relação aos títulos dados às pessoas: um «engenheiro» que não era engenheiro, um «tenente» que não era tenente e «doutores» que não eram licenciados…”
Claro que para nós alunos isso
era de somenos importância… independentemente do seu grau
académico, ou da patente militar, todos eram nossos professores e
todos nos mereciam o melhor respeito… e quando eventualmente assim
não fosse, ao menor deslize da nossa parte, lá se seguia,
de imediato, uma visita forçada ao gabinete do Director que, com toda
a sua “diplomacia”, deixava bem claro que as hierarquias eram para
ser respeitadas.
Lembro-me perfeitamente de os meus
pais, (penso que à semelhança de todos os outros, ou pelo menos da
esmagadora maioria) no dia das matrículas, ou na festa da
apresentação, fazerem sempre questão de dizer ao director: “O
senhor engenheiro já sabe, se alguma vez ele faltar ao respeito, ou
se portar mal, arreie-lhe como é dado!”
E claro o senhor engenheiro,
justiça lhe seja feita, nunca deixou de cumprir na íntegra o pedido
dos pais…
Bem mas estou para aqui a divagar
e o assunto que hoje aqui me traz tem a ver com a foto de cima e com
aquele que foi meu professor de Matemática no 1º ano; que depois
foi meu professor de História até ao 7º ano (excepto no 5º ano em
que tive a Drª Antonieta) e ainda professor de Filosofia no 6º ano
e no 7º.
Sim, também deu Canto Coral, mas
as minhas aptidões canoras levaram a que eu fosse dispensado, logo
no final da primeira aula, desta disciplina extracurricular…
Refiro-me, como certamente já
terão adivinhado, ao professor Francisco Ribeiro, o nosso “Tenente
Ribeiro”... Ora para um “tenente” não estava nada mal!...
De espírito jovem e folgazão
manteve sempre relações de muita proximidade e confraternização
com os alunos, sendo rara a aula em que rapidamente se não saísse
do tema do sumário para enveredar por discussões bem mais animadas…
Às segundas-feiras o tema
privilegiado era o futebol. Numa época em que os jogos de futebol da
1ª divisão se realizavam na sua totalidade ao Domingo, e em que a
televisão não transmitia jogos do campeonato, a grande maioria dos
rapazes seguiam os relatos via rádio e o grande programa de debate
era na 2ª-feira, não nos vários canais televisivos como hoje
acontece, mas nas aulas do “Tenente”…
E quando o assunto do futebol se
esgotava e a matéria a leccionar não era muito apelativa nem
entusiasmante, era o tema da caça que vinha à baila para animar a
discussão e lhe ouvir contar algumas das suas peripécias sobre caça
e caçadores…
Na nossa Récita de Finalistas de
1972/73 houve, como era hábito, sketchs cómico/críticos
dedicados a cada um dos professores e o do Tenente versou,
precisamente, sobre o tema da caça.
Lá temos então nessa récita, na fotografia de cima, o rapaz da direita com casaco de caçador, bandoleira
ao lado e cervejinha na mão, a representar o nosso Tenente Ribeiro.
O skecth partia de um tema
de Raul Solnado, muito popular na época, o “Fado Maravilhas”, do
qual fizemos a nossa versão dedicada ao “Chico Caçador”, de que
só já recordo os primeiros versos, que rezavam mais ou menos assim:
Fui no Domingo à Meimoa
Mais o Chico Caçador
Fomos fazer uma caçada,
Os coelhos foram tão poucos
Que mal chegaram para a gente
Poder fazer uma patuscada.
Para os mais esquecidos aqui fica
a versão do Raul Solnado, que recordo com saudade.
Para o Tenente Ribeiro, que não
vejo há tantos anos, um grande abraço de amizade.