sábado, 10 de dezembro de 2011

Rota dos Balcões - "PR 7"

Recebemos da parte do Sr. João Nunes, do Gabinete de Turismo de Idanha-a-Nova, o seguinte pedido que, com muito gosto, aqui divulgamos, apelando à participação de todos os que puderem:

"Tomei conhecimento, da existência de um blogue dos antigos alunos do colégio de Medelim. Caso estivessem interessados em poder divulgar esta actividade no referido blogue, seria uma mais valia.. 

Podem também participar na inauguração do passeio pedestre."


A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, através do seu Gabinete de Turismo e do apoio da Junta de Freguesia de Medelim, vai inaugurar no dia 18 de Dezembro na referida povoação, a "Rota dos Balcões" Percurso Pedestre "PR 7" - Judaismo e Biodiversidade.





As caraterísticas do passeio são as seguintes:

Tipo de evento: Percurso Pedestre
Data do passeio: 18 de Dezembro
Local da realização: Medelim, concelho de Idanha-a-Nova
Concentração: 08H30, junto à Igreja Matriz de Medelim
Início: 09h00
Data limite de inscrição: Dia 15 de Dezembro às 12h30
valor: 7.50€ ( inclui a actividade pedestre, seguro, reforço alimentar, almoço e um brinde)

Carteristicas Técnicas:
Tipo de percurso: Circular
Dificuldade: Fácil
Distância: 18km

Apoios:
Junta de Freguesia de Medelim
Loja da Sofia - Produtos Regionais - Medelim
Sodicel - Só grandes bebidas - Alcains
RSTL Reinaldo Serra - Telecomunicações, Lda - Medelim

Métodos de Inscrição:
www.turismodenatureza.com (inscrição online)
info@turismodenatureza.com
Contactos: 277 202 900 / 277 312 012 / 968122662

Para uma inscrição online, podem aceder directamente a esta ligação: http://www.turismodenatureza.com/conteudos/percursos_pedestres/18_12_2011.php

Os interessados podem também tomar conhecimento de todas as actividades pedestres e temáticas no facebook do Turismo de Natureza com o seguinte endereço:

http://www.facebook.com/#!/pages/Turismo-de-Natureza-Idanha-a-Nova/165516520161378









sábado, 8 de outubro de 2011

7 de Outubro - iniciaram as aulas

clique para ampliarPassaram ontem precisamente 45 anos sobre o meu primeiro dia no Colégio de Medelim. 
Antes, ainda em Setembro, o Engº António da Ressurreição havia-se deslocado a Proença, à casa da Milú, para fazer as matrículas e ter uma conversa com os pais e os alunos desta povoação, que nesse ano lectivo de 1966/67 iriam frequentar o Colégio. 
Tratadas as papeladas, esclarecidas as regras gerais … e os custos fixos mensais que o Colégio faria acrescer ao magro orçamento familiar…, o Engº informou que a abertura oficial do ano lectivo se verificaria no dia 7 de Outubro, convidando, desde logo, todos os pais para uma Reunião Geral onde pretendia juntar também os Alunos e os Professores. 
Sendo dia de trabalho o meu pai não pôde comparecer mas a minha mãe fez questão de me acompanhar e marcar presença no meu primeiro dia no Colégio de Medelim. 
À falta de uma sala onde pudesse caber toda aquela gente o local escolhido foi o famoso campo de jogos, por onde os alunos e os pais se distribuíram, ficando os directores e professores no patamar ao cimo das escadas que davam acesso ao refeitório dos rapazes e ao edifício propriamente dito. 
Não obstante protegido pela minha mãe e pelos “veteranos” e “veteranas” de Proença, a presença de tantas caras desconhecidas e o novo espaço que visitava pela primeira vez contribuíram em muito para o nervosismo que senti… 
Claro que rapidamente me fui habituando ao espaço e aos companheiros, alguns dos quais se tornaram meus amigos inseparáveis durante os anos que se seguiram… 
Passados que estão todos estes anos é com imensa saudade que relembro esses momentos, que aqui ilustro com duas fotos pertencentes à colecção do Tó Pedro e do Manuel Borges, a quem agradeço, aproveitando para enviar um abraço a todos quantos passaram pelo Colégio de Medelim, alunos, professores e funcionários...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Nova Época Futebolística


clique para ampliarAo iniciar-se mais uma época de futebol, aqui neste rectângulo à beira-mar plantado, queremos hoje relembrar as grandes equipas da modalidade que passaram pelo nosso Colégio recorrendo, para o efeito, a duas magníficas fotos da colecção do nosso colega Carlos Albuquerque, a quem desde já agradecemos:
Na primeira aparecem-nos os ‘amigos da onça’, sobre os quais já por aqui se “postou”, que nos surgem desta feita numa foto de 15 de Maio de 1963.
A fazermos fé na legenda do Carlos Albuquerque foi esta a equipa vencedora do torneio de Futebol de Salão desse ano do Colégio de Medelim.
Na foto, para além da pose descontraída dos campeões, merece especial atenção a imagem do guarda-redes  com o seu equipamento a rigor, onde não faltavam os calções almofadados e as joelheiras, para assegurar uma maior protecção, situação totalmente em contraste com o uso de óculos. Destemido, distraído… ou míope?
Na segunda fotografia passamos do futebol de 5 para o futebol de 11(!!!), num desafio que ocorreu cerca de 1 ano mais tarde, em Abril de 1964.
Como a imagem deixa pressupor o desafio realizou-se no célebre Estádio das Sobreiras em Medelim.
E como havia algumas das ditas sobreiras dentro do terreno de jogo as equipas podiam prescindir de 1 defesa e de 1 avançado, alinhando apenas com 9 jogadores em vez dos 11 regulamentares, uma vez que as sobreiras tinham também um importante papel no desenho “técnico-táctico” das equipas…
Ao fundo à esquerda podemos vislumbrar alguns elementos do grupo de cheerleaders do Colégio, acertando os últimos pormenores da coreografia…
clique para ampliarAqui deixamos a nossa homenagem aos vencedores… e, como perder ou ganhar tudo é desporto e para não nos acusarem de caseirismo, informamos desde já os nossos leitores que temos reservado um espaço para publicar a fotografia dos vencidos; agradecemos por isso a quem quer que tenha uma fotografia da equipa de S. Miguel, que  saiu derrotada neste encontro, o favor de no-la fazer chegar.
Aqui deixamos um abraço para todos os atletas presentes nestas fotos, extensivo a todos quantos, atletas ou não, passaram pelo nosso colégio…
E já agora uma boa época desportiva … e que vença o melhor!!!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Velhos amigos do Colégio

Velhos amigos (clique para ampliar)
(clique na foto para ampliar)
Não me recordo onde foi tirada a foto, nem quem foi o fotógrafo!... Sei que terá sido tirada em 1973 ou 1974, já lá vão, façam as contas, bem mais de 3 décadas.
Aqui nos aparecem 5 antigos alunos do Colégio de Medelim, no caso concreto já em Penamacor no ENSI (Externato Nossa Senhora do Incenso), provavelmente numa qualquer visita de estudo!...
Do que não tenho dúvidas é de quem são estes velhos amigos que uma qualquer velha câmara fotográfica registou para a posteridade. Lá temos, da esquerda para a direita: o Gil (S. Miguel d’Acha); o Farinha (Bemposta); o João Adolfo (Proença-a-Velha); o Torrado (S. Miguel d’Acha) e o Lisboa (S. Miguel d’Acha).
Terminados os estudos no colégio, cada um rumou a seu lado e, a vida assim o ditou, passaram-se anos e anos sem ter notícias destes e de muitos outros amigos desse tempo.
Fruto destas coisas da “internet” e das chamadas “redes sociais”, e porque os amigos antigos nunca esquecem, “encontrei-me” há pouco, telefonicamente, com o Farinha, aquando dos preparativos para o IV Encontro, e esta semana “fiz-me amigo” (facebookmente falando) do Gil.
Espero encontrá-los a todos eles, e a outros que connosco conviveram em Medelim e Penamacor, caso não seja possível antes, pelo menos no V Encontro, para nos podermos ver olhos nos olhos e relembrarmos algumas das histórias que na memória ainda estão bem guardadas, pelo menos tão bem guardadas como, ao longo de todo este tempo, bem guardada ficou esta fotografia…

ADENDA (25Jul2011): Graças à prestimosa colaboração do Joaquim Sousa Gil já podemos adiantar mais alguma coisa relativamente à foto: " ... é de Maio de 1973, e foi tirada em Vilar Formoso durante uma "visita de estudo ao Douro" ".

domingo, 22 de maio de 2011

Mais fotos do IV Encontro - Professor Iésus

Aqui ficam mais 7 fotos do IV Encontro, desta feita captadas pela câmara do Prof. Iésus, a quem agradecemos desde já pela sua cedência.
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Concentração junto ao Colégio
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Concentração junto ao Colégio
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Concentração junto ao Colégio
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Actuação do Grupo de Cantares Tradicionais de Medelim

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Grupo, frente à Capela do Espírito Santo em Medelim

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Brasão dos Robalo, em Medelim

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Almoço em Proença-a-Velha

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Fotos do IV Encontro

Pedimos desculpa, mas por aselhice deste(a) fotógrafo(a) (e do ajudante), só há fotos até à visita ao Núcelo Museológico do Azeite.
Mas não se preocupem pois houve mais gente a fotografar e a filmar!...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

As primeiras notícias do IV Encontro

imagens do IV ENCONTROForam precisamente 80 convivas, entre estudantes, professores, familiares e amigos, aqueles que se reuniram no passado Sábado no IV Encontro do Colégio de Medelim.
Deixando para segundo plano as falhas que possa ter havido por parte da organização (mea culpa, mea culpa), o que interesse guardar como recordação serão certamente os momentos de salutar convívio entre alunos e professores recordando histórias e episódios passados, na sua grande maioria, há cerca de 40 anos atrás.
O balanço geral é positivo e, por isso mesmo, achamos que a iniciativa é para continuar, pelo que ainda antes de a festa ter terminado foi já lançado o V ENCONTRO ficando o Zé Aníbal, de Aldeia do Bispo, como responsável pela sua organização.
Tal como o próprio referiu, depois de os 4 primeiros terem decorrido em terras do concelho de Idanha-a-Nova, chegou a vez do 5º ir até ao concelho de Penamacor e, assim sendo, nada melhor do que a anfitriã ser a freguesia onde o nosso Colégio nasceu...
"Le quatrième est mort, vive le cinquième"!...

sábado, 7 de maio de 2011

É já no próximo Sábado - 14 de Maio

IV Encontro - Colégio de Medelim
Os Antigos alunos e professores do Colégio de Medelim vão encontrar-se no próximo Sábado para reviverem e relembrarem histórias do século passado...
As inscrições ainda estão abertas...

Para aguçar o apetite deixo aqui algumas imagens dos momentos de convívio do I Encontro, em Maio de 2006.
Nota: As filmagens e a edição vídeo são da responsabilidade do Honorato e do João C. Lisboa
Colégio de Medelim 1.º Encontro (C) por prohensa

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Há 48 anos, na Srª da Póvoa com o Carlos Albuquerque

Colóquio 1963 (Srª da Póvoa)
Iniciamos aqui a colaboração, no nosso blogue, de mais um antigo aluno do Colégio. É a vez do Albuquerque (Carlos Régio Albuquerque) de Monsanto se juntar a nós, através do envio de uma foto dos primeiros anos de vida do Externato.
Curiosamente completam-se hoje precisamente 48 anos sobre a data em que a fotografia foi tirada, em 29 de Abril de 1963, como se pode verificar na legenda inserida no respectivo rodapé, legenda que identifica também os retratados e o local.
Por detrás do grupo lá podemos ver os pináculos e a cruz da fachada principal da capela da Senhora da Póvoa e as 2 famosas carrinhas Mercedes que tantos anos estiveram ao serviço do colégio e tantos alunos transportaram.

Queremos desejar as boas-vindas ao Albuquerque e agradecer-lhe o envio das fotos (depois desta já enviou outras que por aqui colocaremos oportunamente). Agradecemos também ao Berenguilho, seu conterrâneo, através de quem as fotos nos chegaram.

domingo, 3 de abril de 2011





Foi aqui que tudo começou......

Foram eles os culpados de tudo.....pelo menos da história não muito antiga do começo de outra era....pelo menos para as gentes da região que começaram a ver outras luzes e daí outros horizontes para a sua vida e das suas famílias.

Para dar um ar de graça a esta efeméride, identifico na 3ª fila, atrás e um pouco à esquerda do Padre José Pedro o DOMINGOS CUNHA, famoso alfaiate de Aldeia do Bispo, de renome na região e especialista em gravatas e casacos. Na época não havia festa ou romaria onde a confeção esmerada dos ditos adereços não merecessem rasgados elogios, tanto dos utilizadores como dos seus amigos pela comodidade do seu uso. Penso ter ainda uma dessas gravatas, que vou tentar fotografar e expor aqui no blog.


Foram eles os causadores dos encontros, já vamos no IV, MALANDROS, bem hajam pela herança deixada.

domingo, 27 de março de 2011

Ficha de Inscrição para o IV Encontro

Estão já a decorrer as Inscrições para o IV ENCONTRO dos antigos alunos e professores do Colégio de Medelim (Externato São Bartolomeu / Externato Senhor do Calvário).
A inscrição pode ser feita on-line, bastando para isso descarregar o ficheiro (clicando na coluna da esquerda na imagem correspondente a esta ficha) o qual depois de preenchido deverá ser enviado para o nosso email:
antigos.alunos.medelim@gmail.com
Vamos fazer do próximo dia 14 de Maio mais um dia de confraternização e amizade.
Contamos com a presença de todos...

segunda-feira, 14 de março de 2011

IV Encontro - PROGRAMA

IV Encontro Colégio de Medelim
   Aqui temos, em primeira mão, o Programa do IV ENCONTRO dos antigos alunos e professores do COLÉGIO de MEDELIM, a realizar-se no próximo dia 14 de Maio de 2011.
   Dentro em breve enviaremos para todas as moradas constantes na nossa base de dados a circular relativa à inscrição, com mais informações, nomeadamente a ementa do almoço.
   Até lá podem ir marcando nas agendas e divulgando junto dos antigos colegas.
   Para todos aqueles que ainda não nos forneceram a sua morada, ou que a alteraram, podem enviar-nos os seus dados através do preenchimento da ficha "Actualizar Moradas", colocada na coluna da esquerda do blogue.
   Aproveitamos, desde já, para agradecer o apoio e colaboração recebidos da parte das Juntas de Freguesia de Medelim e de Proença-a-Velha, nomeadamente dos seus Presidentes Eng. Albano Pires Marques e Francisco Silva, respectivamente.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

CARNAVAL DE 1961

Carnaval 1961 (Aldeia do Bispo)
Olá, João Adolfo:

Gostei da história carnavalesca da lagartixa...mas estava a ver que o Eng. acabava a aula sem que os alunos e professor se divertissem...É verdade, aliás, como tu dizes, o Eng. era daqueles que adoravam brincar ao Carnaval.

Estive pouco tempo em Medelim,como já disse anteriormente, e na qualidade de professor, pelo que não pude apreciar pessoalmente algumas das qualidades do Eng. Ressureição. Agora que estava sempre com a juventude e pronto para a brincadeira....estava. Lembro os torneios de futebol e as partidas, quer de Carnaval ,quer noutros momentos de boa disposição. Ora vejam lá se o reconhecem?!...Isto em Aldeia do Bispo em 1961...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

No Carnaval de 1968


Não, a foto não é de nenhuma trupe de Carnaval, mas bem que podia ser ali com aquela matrafona, tão jeitosa e tão bem ataviada… 
É, isso sim, mais uma da peça de teatro “O Senhor de Pourceaugnac” de Moliére, da nossa Récita de Finalistas de 1972/73, aqui numa cena entre Sbrigani (João Adolfo) e o Sr. de Pourceaugnac (João Lisboa). 

A foto e a evocação do Carnaval serve, no entanto, de pretexto para vos contar uma história que se passou já lá vão mais de 40 anos, no carnaval de 1968. 

Andava eu no 2º ano e tínhamos aulas no 1º andar do edifício junto à loja do sr. Américo, na sala das traseiras. 
O dia estava soalheiro e sempre que tal acontecia, chegada a hora do almoço, a rapaziada pegava nas sacolas e espalhava-se pelos mais variados locais de Medelim para estender a toalhinha e dar conta da merenda. Nesse dia fomos até ao leque na estrada para Monsanto, à sombra dos Plátanos. A meio do almoço aparece por ali uma lagartixa pequenina e há logo um qualquer que grita:
- Olha uma lagartixa, vamos apanhá-la! ...

Meu dito meu feito, levantamo-nos todos num salto e depois de um cerco à pobre da lagartixa lá a conseguimos apanhar e meter numa caixa de fósforos das grandes, que por ali encontramos. 
Face à época do ano em que nos encontrávamos, aquelas cabecinhas não pararam mais de imaginar o que é que se iria fazer com a lagartixa, surgindo logo uma infinidade de ideias para pregar partidas às nossas colegas (o grupo do almoço era só de rapazes). 

À medida que nos íamos dirigindo para o Colégio íamos sugerindo hipóteses, até que alguém se lembrou que a seguir íamos ter aula com o director, o Engenheiro Ressurreição (Francês ou Matemática, já não faço ideia, pois ele leccionava as duas disciplinas), que sendo um professor muito sério e exigente, em cujas aulas havia uma disciplina rigorosa, gostava muito do carnaval e gabava-se-nos das muitas partidas que fizera e de nunca ter sido apanhado porque, dizia ele, já conhecia todos os truques possíveis e imaginários.

 Acabámos por chegar a acordo que ia ser a ele que tínhamos que pregar a partida... o problema era como… 
Chegados ao Colégio fomos arrumar os sacos das merendas e corremos para a sala para estudar as hipóteses: 
1ª- Deixar a caixinha em cima da secretária, na esperança de que ele a pudesse abrir… Isso não resulta, concordávamos… 
2ª- Colocar o livro de ponto dentro da gaveta e atirar para lá a lagartixa… também não resulta… 
3ª- Colocar a lagartixa junto ao apagador do quadro… e como é que ela lá se aguenta sem estar dentro da caixa, perguntávamos?... 
E muitas das outras hipóteses levantadas esbarravam precisamente nesse ponto, como é que iríamos fazer para impedir que a lagartixa fugisse de imediato, caso a tirássemos de dentro da caixa?... 

Até que surgiu a ideia que acabou por ser aceite por todos. Procedemos de imediato a uma recolha de fundos e corremos para a loja do senhor Américo a comprar meia dúzia de camarões e um carrinho de linhas e lá voltamos nós, em passo de corrida, até à sala. 
Tirou-se a lagartixa da caixa e atou-se-lhe a linha ali junto às pernas de trás, ao mesmo tempo que outros  iam pregando os camarões nas tábuas do tecto e fazendo passar por eles a referida linha, na extremidade da qual já estava atada a lagartixa. 

O primeiro camarão estava colocado precisamente na vertical da secretária do professor, encoberto por uma trave que passava no local, e o último estava lá quase ao fundo do lado direito da sala, junto ao vão de uma porta, na vertical do lugar ocupado pelo Marquês que, se me não falha a memória, fora o escolhido para manobrador de serviço. Não sei exactamente quem fazia parte da equipa mas, mais um menos um, lá estariam certamente, para além de mim, o Marquês e o Taborda de Monsanto, o Farinha e o Moura da Bemposta, o Borrego do Salvador, o Pascoal das Aranhas e o Zé Pires de Penha Garcia...
Montada a operação, bastaria deixar correr a linha e a lagartixa baixava até junto do tampo da secretária, e voltando a puxar a linha a lagartixa voltava a ficar escondida pela trave de madeira do tecto; funcionava em pleno!...
Com toda esta discussão e com a montagem do complexo esquema de engenharia, mal tínhamos acabado a tarefa a campainha tocou para o começo das aulas da tarde, altura em que praticamente já toda a turma estava ao corrente da situação. 

O senhor Engenheiro entra na sala, dá ordem para nos sentarmos … passa ao lado da secretária, pousa os livros e a caderneta, pergunta pelo livro de ponto (que tínhamos escondido na gaveta para que quando fosse retirá-lo pudesse ser largado o fio), alguém lhe diz que devia estar dentro da gaveta… a expectativa aumentava, os olhos moviam-se entre a posição ocupada pelo professor e a cadeira, onde ele supostamente se iria sentar para o momento tão esperado… os segundos demoravam uma eternidade a passar… 

O professor dirige-se para a secretária, dá um passo, pára durante um momento, certamente pensando com os seus botões, “aqui há partida de carnaval”, dá meia-volta e diz para uma das meninas ali da frente: 
- Tira lá o livro da gaveta e coloca-o em cima da secretária.
Foi a decepção total entre toda a turma, tínhamos perdido o primeiro round; mas haja fé e esperança… que vai ter que escrever o sumário…
Lá foi a rapariga tirar o livro e colocá-lo no tampo, sobre o olhar atento do director que, já colocado do lado de cá da secretária, entre esta e os alunos, pegou no livro e abriu-o de repente, sacudindo-o para cima dos colegas sentados nas primeiras carteiras, imaginando ele que não tendo havido nenhuma partida na gaveta,  haveria certamente alguma coisa dentro do livro… também não… 

Ou pelas nossas caras, ou pelo nosso comportamento, ou por artes de mágica, tudo nos indicava que o professor sabia que tínhamos ali alguma preparada,, ... mas até ao momento eram só pistas falsas!...
Descartada a hipótese dos pozinhos de espirrar dentro do livro, mas continuando sempre do lado de cá da secretária, escreveu o sumário e começamos a aula.

Como era seu hábito foi dando a aula caminhando dum lado para o outro, deslocando-se ao quadro, percorrendo o espaço entre as carteiras, sempre com um olho no rapaz e outro no burro, que é como quem diz, ora com atenção à aula propriamente dita, ora atentando a todos os pormenores que pudessem indiciar donde viria a partida…

Quanto a nós, alunos, a concentração era quase impossível, também sempre com um olho no rapaz e outro no burro, ou seja, tentando mostrar a maior calma e descontracção, olhando ora para o professor e para o que estávamos a fazer, ora para a vertical da secretária, sempre que nos parecia que se ia aproximar dela.

O tempo foi passando lenta, lentamente, muito lentamente, … até que se ouviu o toque da campainha. A aula tinha acabado…
Nunca uma aula havia demorado tanto tempo e nunca uma expectativa tão grande tinha sido tão ingloriamente defraudada …

Começamos a arrumar os livros e o material escolar, com rápidas trocas de olhares entre nós, numa desilusão imensa, à espera que o professor nos desse ordem para sairmos,...  quando de repente se dirige na direcção da secretária, pega no livro de ponto, sobe o pequeno estrado e começa a dizer-nos à medida que afasta a cadeira:
- Não é preciso colocarem o livro na gaveta, fica aqui em cima da secretá…
Não acabou a frase, nesse preciso momento deu um salto à retaguarda e um grito de aflição, ao mesmo tempo que agitava os braços tentando sacudir algo que não sabia bem o quê… a lagartixa tinha acabado de cair-lhe precisamente entre os óculos ... e balançava agora à sua frente suspensa pela linha… ouviam-se os gritos de alegria e as risadas da turma, todos a bater palmas, numa euforia extasiante, libertando a tensão acumulada ao longo de tão longos 50 minutos...

Passado o momento do susto, o sisudo e respeitável director, que Deus haja, aceitou com enorme fair-play a derrota e confessou-nos:
- Desde que entrei na sala que fiquei convencido que tinham uma partida preparada… mas com uma destas é que eu não contava!...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Memórias de Medelim (da professora Júlia Ferreira)

Aqui fica, acabadinho de receber e para publicação, este texto da professora Júlia Ferreira. Leiam e apreciem...

"Aproveito o início do ano, para desejar um BOM 2011 e longa vida ao blog (ou blogue? Não podemos aportuguesar?). 
Desde o Verão que estava para mandar umas palavrinhas, mas… o tempo foi passando e, como os últimos posts têm focado épocas a que sou alheia, tenho deixado andar… 

Mas como «Ano Novo, vida nova», hoje cá vai… 

Ao longo destes anos, tenho-me lembrado muitas vezes dessa terrinha simpática com nome de cartel colombiano, sobretudo quando penso no início da carreira ou quando me encontro com o Zé Rafael (professor de Inglês) e com a Aurelina (professora de Ciências) e recordamos, divertidos, momentos agradáveis da nossa juventude e reflectimos sobre os meandros do acaso que fez com que uma ribatejana do Couço que estudou em Lisboa e um jovem casal (formado por um beirã da Cordinhã e por um alentejano de Estremoz que estudaram em Coimbra) ficassem amigos para o resto da vida… E até momentos menos bons, relativos a guerrilhas com a entidade patronal (porque nós os três estávamos cheios de sangue na guelra e éramos muito refilões…), provocam hoje sonoras gargalhadas aos sexagenários que somos… É assim… o tempo mitifica as coisas e é catártico. 

E era neste pé que estava a minha relação com Medelim. Mas bruscamente no Verão passado, a descoberta do blogue levou-me ao sótão e abriu um baú de onde começaram a sair peças com mais de quarenta anos. 

Fui parar a Medelim por ter respondido a um anúncio «Professor – Precisa-se, etc., etc.», publicado em letras gordas, no Diário de Notícias. Estávamos já em Setembro, a experiência era quase nula e tinha receio de não ser colocada no ensino público. Encontrei-me em Lisboa com o empregador, muitos sorrisos, tudo «nos conformes», e ainda por cima, tudo posto num embrulhinho de papel dourado com lacinhos… Só que, duas semanas depois, fui colocada numa escola pública, na época Escola Industrial e Comercial…, em Lisboa… Mas, adiante que isso é outra história! 

Mas, como palavra era palavra, em Outubro de 1968, na frescura dos 24 anos, assentei arraiais (contrariadíssima e maldizendo a precipitação de não ter sabido esperar…) na Beira Baixa, para leccionar Português e Francês. Tinha um horário lectivo de pôr os cabelos em pé aos professores de hoje, e dividia-me entre Penamacor e Medelim, entre o Externato de Nossa Senhora do Incenso (de manhã) e o Externato do Senhor do Calvário (de tarde), à excepção de quarta ou de quinta-feira, em que fazia o percurso inverso. 

Como a oferta hoteleira não existia na região, fiquei alojada em Medelim, no rés-do-chão da casa de um dos proprietários dos dois externatos, com pensão completa. E aí não me podia queixar: tinha uma bela suite (quarto grande, casa de banho e saleta) e pequeno-almoço servido no quarto pela empregada! A comida era «divinal» (como dizem as personagens queirosianas). Tudo feito a primor pela Helena, a dona da casa, com uma mão de fazer inveja a muito chefe de cozinha. As mordomias pagavam-se, evidentemente, e no meu hotel ficava uma boa parte dos míseros três mil e oitocentos escudos (e mais uns trocos) que recebia mensalmente. Mas que foi vida de rica, que não voltei a ter, lá isso foi! 

Só que, depois de vários anos a viver em cidades, estranhei imenso a vida da província, ainda que as aulas, os meus novos amigos, os livros e os discos que ouvia na minha «aparelhagem» (eufemismo para o gira-discos com altifalante na tampa) me consolassem um pouco da falta da Lisboa que tinha deixado… O Diário de Lisboa, um vespertino que Deus haja, só chegava, por assinatura, no dia seguinte e às vezes dois ou três dias depois… O primeiro período foi terrível e, se não tivesse tido a sorte de ter encontrado o Zé Rafael e a Aurelina, teria sido ainda bem pior. Tinha saudades da família. Sentia falta das sessões do cineclube, dos cinemas, das discussões nos cafés, das sessões de discussão política nas Associações de Estudantes, apesar de haver a Pide… E o Maio de 68 tinha sido há pouco tempo… 

Com todas estas faltas, passava o tempo a desejar fins-de-semana e férias que me permitissem escapar para a capital. Claro que os fins-de-semana eram raros, porque viajar era difícil. A viagem para Lisboa, à sexta-feira, devia ser mais fácil, porque não me lembro dos pormenores, mas a de regresso a Medelim era uma epopeia. Saía de Lisboa às 10 da noite de domingo e chegava à aldeia perto das 8.30, a morrer de sono, mesmo a tempo de apanhar a carrinha para Penamacor. E isto, depois de viajar, em 2ª classe (o dinheiro não dava para mais…), no ronceiro comboio-correio, apinhado de magalas até ao Entroncamento (e às vezes era a única mulher na carruagem…), de chegar a Castelo Branco às 5,30 da madrugada e de esperar pela camioneta que me levaria a Medelim. Essas aulas de segunda-feira eram um desastre (se é que as outras também não o eram, estas eram de certeza bem piores…). Pobres alunos que me aturaram nesses dias! 

Apesar destes queixumes, comecei a adaptar-me e às vezes até gostava de estar na aldeia. Guardo boas memórias da minha passagem por esses cantos remotos da Beira Baixa. As pessoas eram simpáticas, os alunos eram gentis e comecei a tirar partido das coisas que me rodeavam e a apreciar a beleza agreste de Monsanto, de Penha Garcia, a querer saber a história de Belmonte, etc. Com os meus jovens colegas, que tinham carro, fui várias vezes ao cinema a Castelo Branco, a Cáceres, a Coimbra, a Lisboa, percorri as aldeias beirãs e diverti-me na romaria da Senhora do Almurtão de onde trouxe um adufe (que resistiu durante muito tempo e só foi parar ao caixote do lixo quando se desfez de podre). 

As instituições onde trabalhávamos também nos divertiam, porque vivíamos num mundo de equívocos em relação aos títulos dados às pessoas: um «engenheiro» que não era engenheiro, um «tenente» que não era tenente e «doutores» que não eram licenciados… Nesse tempo eu era ainda «bacharel», assim como o professor de Inglês (embora tivéssemos ambos diploma do ensino particular que nos permitia o exercício legal da docência). Julgo que, nessa confusão, só a Aurelina, que já tinha acabado o curso, e os colegas padres tinham direito aos títulos que lhes eram atribuídos… 

A festa de finalistas desse ano em Penamacor, realizada já não sei onde, fez-nos rir a bandeiras despregadas. Para a animação do evento, foram contratadas orquestra (ou conjunto???) e vedetas do nacional cançonetismo de então (de que nós não gostávamos, claro, com as nossas pretensões intelectuais…) e de quem hoje já ninguém fala: Gabriel Cardoso e Maria da Glória. O «Gaby», estilo Marco Paulo e Tony Carreira «avant la lettre», tinha um clube de fãs e punha as meninas a chorar, num desatino! Foi um sucesso! A cantora, depois de exibir o repertório português, para agradar aos jovens, trauteou uma canção inglesa muito em voga (Once upon a time…), mas não encantou os mais velhos. 

Em relação às pessoas com quem trabalhei e convivi, lembro-me bem dos mais ou menos sorridentes colegas padres (Padre Fatela, Padre Manuel, Padre Tarcísio – ou Tarsísio? –), do generoso professor de Física (Galhardo? Barbosa? Ou as duas coisas?) que nos recebia com uma mesa farta, da gentil D. Irene, do bonacheirão senhor «tenente», dos donos da casa onde vivi, do simpático motorista (Zé Maria?), etc. 

Há doze anos, fiz uma romagem de saudade à Beira Baixa. Fui com o meu marido. Ficámos em Castelo Branco, andámos uns dias pelas terras raianas e fomos a Medelim. Queria mostrar-lhe a aldeia e o Externato. Não reconheci ninguém e fiquei triste, ao ver as ruínas do velho colégio e as janelas escancaradas que nos olhavam de órbitas vazias. Sou mesmo uma sentimentalona! 

Nessa altura, lembrei-me com saudade de muita gente. E, ao ler o blogue, voltei a lembrar-me de nomes de alunos e de rostos eternamente adolescentes. Pelos posts, vi que há também quem se recorde de mim, embora nos cinquentões de hoje permaneçam as representações dos adolescentes de outrora, que não se recordam de aspectos que devem fazer parte do perfil de um professor, mas de uma jovem que seguia as «lições» de Mary Quant… E é verdade que gostava de «minis», porque o meu primeiro e o meu segundo carros também foram «minis». 

Eu era muito nova, estava no terceiro ano de trabalho… e sabia ainda pouco. Provavelmente não tinha qualidades pedagógicas, não devo ter ensinado nada de jeito e, por isso, ninguém se lembra das aulas. Deviam ser uma seca, embora eu me esforçasse por fazer o melhor que sabia. De qualquer modo, lembram-se de mim… Já não é mau! 

No entanto, talvez por os autores dos posts terem sido meus alunos de Francês, ninguém faz referência à minha actividade de professora de Português do Ensino Complementar (como então se chamava aos anos correspondentes ao actuais 10º e 11º do secundário) em Penamacor, porque só me referem como professora de Francês. 

Para concluir, aqui fica um agradecimento ao João Adolfo pelo post que me dedicou com a canção da Françoise Hardy e pelos votos de felicidades. 

Por último, e em relação a um post recente sobre professores de Francês, achei muito interessante a descrição que fazem do Iésus. Conheci-o, nos anos 80 (entre 80-85), mas também perdi o contacto. Nessa altura, o Iésus vivia no Porto e éramos ambos orientadores pedagógicos, uma espécie de caixeiros-viajantes da pedagogia, ou seja «ventoinhas», nome pelo qual éramos designados na gíria das escolas. Reuníamo-nos duas ou três vezes por ano, em encontros nacionais, e o Iesus enfiava-nos sempre em travessas e ruelas para nos levar a restaurantes indianos (bons e baratinhos) que só ele conhecia. Conversávamos muito, mas nunca entrámos em pormenores sobre lugares onde tínhamos trabalhado. Por isso, nunca soube da sua passagem por Medelim, nem que tinha sido ele que me tinha substituído. Teria sido bem interessante pôr em comum as nossas vivências docentes por terras raianas, enquanto nos íamos regalando com o caril, as apas, as chamuças, o chacutti, o chutney, o vindalho, o sarapatel e a bebinca... 

Por hoje, vou acabar esta prosa já longa e bem-haja (como se diz entre a boa gente da Beira Baixa) quem teve a ideia do blogue, que me trouxe de volta memórias da juventude!"

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Com votos de um Bom 2011

baile de finalistas 1972/73

   Não, a foto não é da festa da última passagem de ano!... (que isto não está para festas!!!), nem tão pouco da passagem de ano de 1972/73, como se poderia supor pelos números na parede… É, isso sim, do Baile de Finalistas desse mesmo ano lectivo, dos alunos do Externato do Senhor do Calvário de Medelim e do Externato Nossa Senhora do Incenso de Penamacor e realizou-se na Casa do Povo desta vila Beirã. 
   A fazer fé na inscrição, e na seta, o Bar era lá ao fundo ... mas aqui à frente é que temos a rapaziada a abrir garrafas!!!! (Devia ser a hora do Champanhe…) 

   Há aqui muitas caras que já não consigo identificar… Por isso peço, aos que por aqui forem passando e se forem recordando, para irem enviando comentários com as respectivas identificações. 

   Pela parte que me toca avanço já com os rapazes das garrafas: o Milheiro, aqui em 1º plano e de costas, e logo a seguir o Amaral e o Zé de Oliveira
   E tal como diz o título do "post", e uma vez que este é o primeiro deste ano, aproveito para desejar, a todos quantos por aqui passarem, um Bom Ano de 2011!...

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