Passaram ontem precisamente 45 anos sobre o meu primeiro dia no Colégio de Medelim.
Antes, ainda em Setembro, o Engº António da Ressurreição havia-se deslocado a Proença, à casa da Milú, para fazer as matrículas e ter uma conversa com os pais e os alunos desta povoação, que nesse ano lectivo de 1966/67 iriam frequentar o Colégio.
Tratadas as papeladas, esclarecidas as regras gerais … e os custos fixos mensais que o Colégio faria acrescer ao magro orçamento familiar…, o Engº informou que a abertura oficial do ano lectivo se verificaria no dia 7 de Outubro, convidando, desde logo, todos os pais para uma Reunião Geral onde pretendia juntar também os Alunos e os Professores.
Sendo dia de trabalho o meu pai não pôde comparecer mas a minha mãe fez questão de me acompanhar e marcar presença no meu primeiro dia no Colégio de Medelim.
À falta de uma sala onde pudesse caber toda aquela gente o local escolhido foi o famoso campo de jogos, por onde os alunos e os pais se distribuíram, ficando os directores e professores no patamar ao cimo das escadas que davam acesso ao refeitório dos rapazes e ao edifício propriamente dito.
Não obstante protegido pela minha mãe e pelos “veteranos” e “veteranas” de Proença, a presença de tantas caras desconhecidas e o novo espaço que visitava pela primeira vez contribuíram em muito para o nervosismo que senti…
Claro que rapidamente me fui habituando ao espaço e aos companheiros, alguns dos quais se tornaram meus amigos inseparáveis durante os anos que se seguiram…
Passados que estão todos estes anos é com imensa saudade que relembro esses momentos, que aqui ilustro com duas fotos pertencentes à colecção do Tó Pedro e do Manuel Borges, a quem agradeço, aproveitando para enviar um abraço a todos quantos passaram pelo Colégio de Medelim, alunos, professores e funcionários...
9 comentários:
João:
É bom lembrar o início das aulas, invariavelmente a 7 de outubro com os principiantes muito curiosos e os restantes a comportarem-se como catedráticos daquelas lides. Todos passámos por isso e, pela minha parte, com muito gratas recordações. Fizeste muito bem em trazer o tema cá para cima da nossa memória.
Amigo Honorato, é bem verdade, o ensino daquela época teria certamente muitos defeitos ( e como nós nos quixávamos!!!) mas pelo menos toda a população sabia em que dia começavam e em que dia acabavam as aulas; o 7 de Outubro e o 10 de Junho eram datas sagradas...
Um abraço
João Adolfo
7 de outubro de 1966...passaram 45 anos...
Eu também lá estava, com 10 anos e caloiro como tu!
Um abraço João Adolfo.
Nelson Carreto
Grande Nelson!!! Tal como digo no post..."rapidamente me fui habituando ao espaço e aos companheiros, alguns dos quais se tornaram meus amigos inseparáveis durante os anos que se seguiram...", e tu foste um desses ...
Depois a vida prosseguiu e cada um desses amigos seguiu o seu caminho.
É reconfortante constatar que ao fim de tantos anos se mantêm vivas as memórias e as amizades dos bancos da escola.
Um grande abraço caro Nelson e muitas saudades
João Adolfo
Cinco anos antes, no dia em que foram tiradas estas fotos, se a memória não me falha - o Tó Pedro e o Manuel Joaquim farão o favor de me corrigir - foi inaugurado o Externato nas instalações de Medelim. Eu havia completado a minha primeira semana de aulas como docente e estive presente por convite do Director, P. José Pedro, que aqui todos reconhecemos e recordamos. Assim como as caras de outras pessoas com quem também lidámos.
O tempo correu depressa e na data referida, saudosamente, pelo João Adolfo andava eu lá pelo Equador, imagine-se, em lua de mel com uma das primeiras alunas do Colégio. O João deixa perceber que o tempo é cruel e leva tudo, até os amigos, menos a nossa saudade de uma idade que não volta.
Abração para todos com as forças que restam.
Não quero deixar de recordar o João Constâncio, que fez muitas e boas fotografias dos mais belos momentos do Colégio e já tinha a percepção de que o tempo não perdoa e a de que "recordar... é viver"!
Obrigado professor Serrano pelas informações sobre as fotos. Eu não sabia de que ano eram mas tinha uma desconfiança sobre serem relativas a um início de aulas.
Se por aí houver quem se reconheça nestas fotos, ou queira identificar mais alguns dos "fundadores", é favor chegarem-se à frente.
Um abraço Professor
João Adolfo
Olá Caros Amigos, parece-me que muitos dos figurantes não querem compartilhar o seu conhecimento ou reconhecimento nas fotos por pudor,constrangimento,importância,ou mesmo falta de vista...!!!
Mas como diz o Serrano as saudades são imensas e o fato de a foto inferior ser uma boa mostra das beldades da época e atuais aqui deixo a réplica para a Fernanda Geraldes e a Guida em primeiro plano e de Idanha,a Lurdes Saraiva da Benquerença aparecerem tal como fazem a Adelaide de Medelim,e a Mila de S.Miguel.
Eu por mim sou fã do ditado que diz: "As velhas do meu tempo serão sempre umas miúdas" e não me importo que alguma me diga: "estás mais velho, gordo e careca" pois ouvirei isso como um piropo de alguém que me reconhece e que continua caminhando pelas ruas e agruras da vida como companheiro(a). Abraços.
Olá, meus amigos, cá estou eu! A Fernanda Geraldes!
Nunca fui mulher de não responder a uma provocação, nisso mantenho-me igual! O repto do Manuel Joaquim acertou-me em cheio, por isso lhe digo:
Estou certa que este grupo de beldades evoluiu num sentido muito positivo: passou de um conjunto de rapariguinhas bonitas a mulheres cheias de classe e avós com muita pinta(presunção e água benta cada um toma a que quer). A boa disposição há-de ter-se mantido, basta ter conseguido não esquecer as nossas origens livres e despreocupadas!
Quanto ao reconhecimento das fotos, não sou de grande ajuda.No almoço do I Encontro não reconheci quase ninguém. No entanto, visito este "blogger" sempre com muito prazer e atenta aos comentários do António Serrano, Jorge passos, os teus e os de todos os outros, embora não me recorde de todos.
Um beijo a todos, fico a aguardar novas fotos.
Enfim ...valeu a pena lançar o desafio... pois assim juntou-se a nós mais uma, que para mim muito diz. Guardo na minha memória algumas boas recordações que só se apagarão quando deixar de existir.Mesmo que o tio Alzeimer me visite, elas permanecerão indeléveis ao longo dos anos. A Fernanda faz parte desse grupo restrito.
Quanto a fotos não é fácil pois à data não havia a facilidade de agora e portanto recomendo a procura noutras "arcas" " ou baús" onde provavelmente se encontram algumas relíquias.Bjs e abraços
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