Primeiramente, há que agradecer o convite do João Adolfo! Bem hajas, bem haja a Luísa, pela oportunidade de regressar a Medelim: a minha aldeia de iniciação como professor, pois que a minha mulher Aurelina já havia ensinado em Trancoso!
E para começar, a notícia histórica do episódio que nos levou (casados de fresco), ao Colégio de Medelim.
Tudo começou durante a nossa lua-de-mel, na capital quase sempre sem capitais. A minha cara-metade fora ao cabeleireiro, e eu fiquei no nosso quarto - na Pensão Moçambique... -a percorrer a secção de anúncios do "Diário de Notícias", meu velho conhecido da casa paterna, o preferido do meu pai!
Deparei então um texto que pedia professor de Inglês e professor de Ciências/Matemática para "colégio no centro do país". Contatado o número indicado, a coisa ficou concertada em poucos minutos, embrulhado que estava o pacote em papel cor-de-rosa pelas palavras exageradas do eng.º Ressurreição!
Para quem se casou a 10 de Setembro, como nós, a bvida até pareceu correr de feição: emprego para os dois e çogo no mesmo sítio!
Sem carro, a viagem de camioneta foi lenta e penosa. Ao tempo, a estrada no troço final, ainda não conhecia os acabamentos em alcatrão. Mas chegámos bem a deram-nos (a Dª Mimi da Junta ) uma casinha já na saída para Monsanto, que era o repositório bastante fiel de um ninho para recém-casados. Pequenina, aconchegada, humilde mas linda, linda! Lembro que as portadas das janelas tinham corações recortados a enfeitálas! E adorámos o nosso tecto primordial, onde perduraram dias e dias de alegria e amor.
O edifício do Colégio, velhinho, não nos desanimou nem um poucochinho: suplantavam-no os alunos queridos e os colegas do corpo docente. Bem como a saudosa D.ª Irene que eu retenho com seu preto lutuoso e face enrugada e sorridente.
Foram dois anos que acabariam com a ida para Castelo Branco, para o Liceu (ela)e eu para a EICCB! Entendemos ambos que a comissão de serviço tinha chegado ao fim, e dificuldades várias e de cunho pessoal nos determinaram os passos!
Hoje, tendo visto já no blogue o abandono a que votaram o velhinho casarão, dá-me vontadade de voltar, de percorrer o que dele resta e repassar as primeiras aulas, por certo incompletas, que vendia por um salário engraçado, de 3.313$00!
3 comentários:
Hello! How are you, my dear teacher of English? (e antes que leve outro "carolo" por algum erro que tenha dado, passo ao meu bem mais seguro e materno Português)... Sinto-me tão feliz por o ler aqui (também) e o re(conhecermos) de novo!... muito, muito feliz, porque me marcou como Professor de muitas maneiras e foi uma lufada de ar fresco e citadino (com a Drª Aurelina) para a minha "vida" de aluna e pré-adolescente.
E já agora, não se zangue comigo, mas vou-lhe dizer porque me deu o "carolo": é que eu estava distraída a olhar para as últimas modas que envergava e trouxera da capital (achava eu), em vez de copiar o que estava no quadro!... E lá aumentei um valorzito na média desse período (é a chamada "papa de carolo")... Xi-coração amigo da Luísa
E eis que, depois de alguns "posts" aqui no blogue do Colégio e passados que foram 40 anos, volto a encontrar a Luísa, a Natália e, agora ... o meu 1º professor de Inglês e a minha professora preferida de Ciências da Natureza, o Dr. José Rafael e a Dr.ª Aurelina, respectivamente.
Fiquei encantado com a história da vossa vinda para Medelim. Sabíamos que eram um casal jovem e moderno, desconhecia era que tinham vindo praticamente em lua-de-mel, ensinar e partilhar alguns dos vossos conhecimentos com estes pobres e inocentes rapazes e raparigas do "Portugal profundo" (parece-me que já ouvi isto em qualquer lado...)
Estou desejoso que chegue o dia 14 de Maio para poder, pessoalmente, matar as saudades que agora o mundo da internet permitiu já atordoar...
Fico muito feliz por saber que mantêm boas recordações desses tempos, destes lugares e destes alunos!...
Meu Deus/Alá ou outro que ajude, já lá vão quarenta e não sei quanto anos desde que fomos para o Colégio de Medelim. Deve ser da idade mas começo a ter saudades de muitos dos que nesses primeiros anos iniciaram tamanha empresa de mudarem as suas vidas com as limitações familiares presentes à época. Não foi fácil.De alguns a memória avivar-se-à se tivermos oportunidade de nos encontrarmos nos encontros previstos. De outros só o primo alemão Alzeimer as apagará. Mas gostaria de rever o Rolo,o Reis Santos,a Fernanda, a Margarida,a Leonilde,o Serrano,as Saraivas,o Antero e muitos outros. Grato a todos pela companhia e incentivo que essa companhia proporcionou para continuar o iniciado no Colégio de Medelim. Abraços.
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