segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Padre José Pedro In Memoriam

Chegou-nos, via email, esta missiva que aqui reproduzimos, tal como foi recebida, por considerarmos que é de todo o interesse o testemunho de alguém que conheceu tão bem o fundador do Colégio.

"Subject: Padre José Pedro In Memoriam
Date: Sun, 19 Dec 2010 23:04:48 +0100
Ha varios dias que tento enviar este correio ao vosso blog sem consegui-lo, tento com outra direccion, a ver se assim tenho mais sorte.
Eu sou Isabelle, a mulher de José Martins Gonçalves Pedro. Vivemos juntos durante 24 anos e, para mim, ele segue e sempre seguira vivo. Fiquei muito emocionada quando descubri o vosso blog e tudo o que lá vem. O meu marido e eu guardamos uma recordação muito bonita da nossa visita do 24 de agosto de 1986 a Aldeia do Bispo, Aldeia de João Pires e Medelim e do fantástico recebimento que nos foi dado. Para ele foi, sem lugar a dúvida, um dos dias mais emotivo e feliz da sua vida. Não importa que não haja sido possível levar a cabo a homenagem pública que um de vos tinha em mente porque a melhor homenagem esta nas vossas palavras, nas lembranças que dele tendes.
Eu sou quem melhor o conheceu porque comigo viveu mais tempo de forma continua que com ninguém, inclusive a sua familia mais próxima. Efectivamente, como qualquer ser humano, o meu marido teve os seus êxitos e os seus fracassos mas sempre foi uma boa pessoa, sem maldade. Ele tinha muitas qualidades e também muito gênio. Ele era brilhante, inteligente, idealista, imaginativo, um pouco utopista(mas sem utopistas, o mundo não avança), ávido de aprender, activo e extremada mente generoso, um volcão em perpetua erupção como dizia dele o Padre Miguel. Os seus defeitos eram os das suas qualidades : impulsivo, teimoso, ele não escutava conselhos de ninguém e,por isso fez uns disparates e igualmente deixou-se enganar, até por gente que ele tinha ajudado e que depois mordeu a mão que a tinha sacado do poço. Mas tudo isso ficou atrás. O mais destacavel são as numerosas coisas boas que fez todo a sua vida, a ajuda que prestou sempre que pudia, de forma sincera e desinteressada. O Zé Pedro, o Padre Zé Pedro era dessas pessoas que nunca se esquecem.
O meu marido falava muito da importancia que teve para a fundação do colegio o apoio dos seus pais, a Sra Da Maria Adelaide e o Sr Jeronimo e do Padre Miguel, o seu grande amigo ( que tinha nascido o mesmo dia, 11 de maio, 20 anos antes ; quando se conheceram tinham respectivamente 8 anos e 28 ), bem como destacava o grande trabalho do seu irmão Augusto, mais tarde, como diretor do colegio.
Eu lei muitas vezes "Faleceu o Padre José Pedro" e "A fundação do colegio de Medelim". Bem Hajas por cada uma das vossas palavras.
Estaria muito agradecida se alguém puder facilitar-me uma cópia do jornal de Aldeia do Bispo, "O Xendro" que saiu depois da nossa visita de 1986.
Peço desculpas pelo meu deficiente Português mas faço o que posso.
A todos desejo um bom Natal e um muito feliz 2011."

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Feliz NatalPara todos os antigos alunos, professores e funcionários do Colégio, bem como para todos quantos por aqui passam, votos de:

Feliz Natal e Próspero Ano Novo

Nota: A foto, representando a adoração do Menino Jesus pelos Pastores, é de uma pintura a óleo sobre tela incorporada no retábulo da Misericórdia de Proença-a-Velha.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Fotos do 5º Ano/Ano lectivo de 1962/63

Fotos antigas - 1962/63Caros colegas
Fiquei muito feliz quando por mero acaso descobri o nosso Blog, que tenho seguido com regularidade e que já me fez reviver bons momentos da minha juventude.
Os meus Parabéns aos autores da iniciativa.
Fotos antigas - 1962/63
Não estou muito familiarizado com estas coisas, no entanto vou inserir 2 fotos dos alunos do 5º ano, ano lectivo de 1962/63, uma só de rapazes e outra mista.
Desejo a todos os antigos alunos, professores e demais colaboradores do Colégio e respectivas famílias, Um Feliz Natal e um 2011 Fraterno e Solidário.
Tó Pedro

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

De volta aos professores de Francês

    Já por aqui se falou dos meus professores de Francês; no 1.º ano o P. Lamego, no 2.º ano o Eng. Ressurreição e no 3.º ano a Dr.ª Júlia. 
     No 4.º e no 5.º tive o mesmo professor, de que muitos se recordarão pois tinha, também ele, um carisma muito especial. Refiro-me, como muitos certamente já estarão a pensar, ao Dr. Iésus, Iésus Heráclito Gomes, creio que era este o nome completo. Tinha ascendência indiana, era pequeno e franzino mas muito activo, ágil e enérgico... era de facto único… parece que tínhamos professores que eram escolhidos a dedo! 
     Vivia com o Dr. Mesquita, o professor de Inglês que veio substituir o Dr. José Rafael, (para grande desgosto de muitas das nossas colegas…), ali no Bairro Novo junto ao cruzamento das estradas que vão para Idanha-a-Velha e Proença-a-Velha. 

     Uma das histórias que guardo na memória passou-se no 4.º ano, na sala do rés-do-chão, ali em frente às casas da D. Irene e do Eng. Ressurreição e D. Helena. 

     Era hábito do Dr. Iésus sentar-se, de quando em vez, num dos cantos da secretária, em posição tipo Ioga, coisa que ele fazia com relativa facilidade e rapidez… encostava-se à secretária, apoiava as mãos, dava um pulinho e aí ficava ele sentado, sem qualquer interrupção daquilo que estava a dizer, como se nada fosse com ele. 
     Claro que isto chamava a atenção pois não era normal um professor dar a aula sentado em tal posição, mas com o andar do ano acabamos por nos habituar e a determinada altura já ninguém reparava se estava a dar a aula sentado na cadeira ou no canto da secretária… 

     Ora certo dia, já em plena época de chuvadas, o Dr. Iésus apareceu com um gabardine nova, todo bem aperaltado, levando logo as meninas a meterem-se com ele, elogiando a qualidade e a beleza da nova indumentária. Ele a princípio fez que não ligava aos piropos, mas lá acabou por dar conversa, dizendo que tinha comprado a gabardine não por ser bonita e lhe assentar muito bem mas, fundamentalmente, porque era muito boa para esta época, pois tinha um tratamento especial que não deixava entrar gota de água; a chuva caía e deslizava pelo tecido que permanecia sequinho. 

     Passado este pequeno momento de conversa lá se passou à matéria e a aula lá foi avançando até que, a dada altura, o Dr. Iésus se sentou na sua posição predilecta no canto da secretária, coisa a que já ninguém ligava… 
     Aliás saía desta posição com a mesma rapidez e facilidade com que se sentava; as mãos apoiadas na secretária, um pequeno impulso, um pulinho, e aí estava ele de pé no estrado, sem ter interrompido o que estava a dizer… 

     Não foi assim nesse dia… ao pular da secretário calou-se de imediato, e como que paralisou, ao ouvir-se o som de algo a rasgar… pois foi, a gabardine havia ficado presa num prego do tampo da secretária e quando o Dr. Iésus se virou e levantou a parte de trás lá estava, bem visível, um pequeno rasgão em forma de L. 
    Toda a turma olhou de repente, dois ou três não conseguiram suster uma pequena risada, logo abafada perante a cara de desolação do professor… 

     Perante esta situação algumas das meninas começaram de imediato a tentar confortar o professor dizendo-lhe para não se importar porque o rasgão era muito pequeno e que, depois de bem cosido, nem se dava por ele… 
     Contrariamente ao que lhe era habitual demorou um pouco a reagir, mas lá recuperou e ao fim de algum tempo acabou por retorquir: 

     - O que me preocupa não é o notar-se, ou o deixar de se notar, o problema é que agora a gabardine já nunca mais vai ser a mesma, perdeu as suas propriedades de impermeabilidade, ficou com um ponto fraco pelo qual a água poderá a partir de hoje entrar!... 

     Com o tempo é evidente que o Dr. Iésus se esqueceu do problema de impermeabilidade da gabardine, mas nunca mais esqueceu o ocorrido e, a partir desse dia, sempre que queria sentar-se na sua posição favorita demorava uns segundos, primeiro a olhar com atenção, e depois a passar a mão ao de leve pelo tampo da secretária, a certificar-se, não se desse o caso de haver algum prego fora do sítio que pudesse, ao levantar-se, provocar-lhe mais algum dissabor… 

Nada que uma visita a Paris não faça esquecer... e se não puder ser real seja pelo menos em pensamento, através desta canção de Joe Dassin ... e viajemos então até aos campo Elíseos!...
          Aux Champs-Elysées
          Aux Champs-Elysées
          Au soleil, sous la pluie, à midi ou à minuit
          Il y a tout ce que vous voulez
          Aux Champs-Elysées

Joe Dassin - Les Champs-Elysées 1970

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Vídeo do 1º Encontro - 20 Maio de 2006

E se, como referimos na adenda ao post anterior,
...Afinal, o tempo fica / a gente é que vai passando.
Poderemos agora acrescentar que:
... também os edifícios ficam / vão-se é degradando!...

Mas como uma imagem vale mais que mil palavras, sugerimos que visionem o vídeo seguinte, que extraí do DVD oferecido aos participantes no 1º Encontro, e depois digam de vossa justiça...
Nota: As filmagens e a edição vídeo são da responsabilidade do Honorato e do João C. Lisboa.

VISITA DE ESTUDO À CAPITAL DE DISTRITO

Em pleno ano lectivo de 1961 /1962, já não recordo a data certa, houve pausa nas aulas diárias no Colégio de Medelim, para gaudio de todos e sobretudo para aqueles que tiveram a oportunidade de se deslocar à Capital do Distrito. O motivo era uma visita de estudo para os mais avançados... A acompanhar foram muitos mais...Foi um dia diferente e bem passado.
Aqui fica mais uma recordação desses primeiros tempos no Colégio de Medelim.
Vamos lá, rapazes, tentem reconhecer estes veteranos ...já que as colegas, mais comedidas à época, não aparecem na foto, mas nem por isso deixam de ser recordadas com estima.
Mais uma vez quero dizer que, não tendo sido aluno do Colégio de Medelim, alí passei o ano lectivo 61/62, como professor, sempre me assumi como tal . Daí a minha participação muito directa em todas as actividades da "malta". O tempo que alí passei foi curto, mas a saudade não tem limites. Um abraço. Jorge
P.S. Na foto indentifico: Joaquim Curto Vaz (Aldeia do Bispo), Zé Manuel (Águas ), Dionísio Borges (Aldeia do Bispo), Rui Candeias (Aldeia de João Pires ), Manuel Salvado (Medelim), Jorge (Aldeia de João Pires), Saraiva (Benquerença ?); os restantes quem serão ?

sábado, 13 de novembro de 2010

Vídeo do 2º Encontro - 10 Maio 2008

Aqui deixo um pequeno excerto do DVD distribuído a todos os participantes no 2º Encontro, a 10 de Maio de 2008, em Medelim.
As imagens apresentadas foram captadas pelo Honorato Lourenço (Benquerença) e pelo João Costa Lisboa (S. Miguel d'Acha), que preparou o DVD, e mostram alguns momentos do encontro, junto ao antigo edifício do Colégio, e a recepção pela Junta de Freguesia  na Casa de Medelim, onde foi servido um Porto de Honra.


====&&&&&=====&&&&====&&&&====&&&&====&&&&====

Adenda:
Depois do 1º Comentário recebido, visionei de novo as imagens e lembrei-me dos versos de um fado, que dizem: Meu Deus, como o tempo passa / Dizemos de quando em quando / Afinal, o tempo fica / A gente é que vai passando.
______________
  António Serrano disse...

O TEMPO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
________________
Depois deste "Comentário" decidi adicionar este vídeo com o fado cantado pela Argentina Santos. Ouçam com atenção e deliciem-se!...

domingo, 31 de outubro de 2010

Récita de Finalistas de 1972/73 (IV)

Récita de Finalistas - 1972/73

Ora cá está a tal foto que eu tinha prometido à Natália, da actuação da famosa banda rock contratada especialmente para actuar na nossa récita de finalistas!... 
Temos da esquerda para a direita: nas teclas, John Toca-Teclas (João Lisboa); na Voz, Little Paul Voz of Cana-Rachada (João Rocha); nas percussões, Jack Arromba-Portas, (Farinha); na viola-solo, Mike Lingrinhas (João Adolfo) e na viola-baixo, George Terror of Cats (Milheiro). 
Aqui os “Five Brutals os ENSI” interpretando “Travellin’ Band” uma música que era também tocada pelos Creedence Clearwater Revival
Atentem na qualidade dos instrumentos e, bem assim, da aparelhagem: 
O teclista usa um teclado-virtual, projectado no tampo de uma mesa!... 
O microfone do vocalista é de uma tecnologia ultra-vanguardista, demasiado avançada para a época, e muito pouco visto mesmo nos dias de hoje, feito à base de filamentos sedosos, por isso mesmo facilmente confundível com um pincel de caiador!... 
O baterista arrancou duas travessas às cadeiras e está a tentar rebentar com os tampos das ditas cujas, algo que só algumas bandas do início do 3º milénio tentaram copiar!... 
As violas, ou guitarras como agora teimam em chamar-lhes, são feitas de um material maleável, com claras vantagens ergonómicas e permitindo uma enorme flexibilidade acústico-sonora!... 
Com uma banda destas escusado será dizer que, no final da actuação, os seguranças não conseguiram suster as fãs, que invadiram o palco e provocaram a loucura total!... 
Moral da história, as actuações da banda viriam a ser proibidas, por parte da polícia secreta do estado novo, razão pela qual lhes perdemos o rasto desde essa data… 
Enfim, outros tempos… 

P.S.: Professora Júlia, desta banda faziam parte dois dos seus antigos alunos do 3º ano de 1968/69, o baterista (Farinha da Bemposta) e o viola-solo (João Adolfo de Proença). Aqui estavam a cantar em inglês mas cantavam, com a mesma (falta de) qualidade, em francês, italiano, espanhol…
 Apresento, de seguida, um vídeo da tal versão dos CCR, para quem não se lembrar da música.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Fotos (pouco) antigas do 1º Encontro...

Ontem, à volta com arrumações, encontrei aqui algumas fotos do nosso 1º Encontro, a 20 de Maio de 2006.
Para os que lá estiveram se recordem e para os que gostavam de lá ter estado se roam de inveja, aqui ficam elas...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

DIA DE FESTA NO COLÉGIO

Festa no ColégioMeus caros amigos:

Estamos no primeiro período de aulas neste ano de 2010. É boa altura para recordarmos um Dia de Festa no Colégio de Medelim, no início do ano de 1961...

Um dia de festa, já não me lembro bem por quê, mas lá que sabia bem, sabia.


Fala o Dr. Martins da Cruz junto ao edifício do Colégio e na assistência há muita gente conhecida, professores e alunos. Vamos lá tentar reconhecer alguns... Um abraço amigo.
Jorge Passos

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Colaboração de Adérito Rebello

Recebemos há pouco um mail de um antigo aluno do Colégio de Penamacor, com uma mensagem e uma foto de antigos alunos de Medelim, datada de 1965. Mas o melhor mesmo é verem a foto e o texto respectivo.

"Só há poucos dias por mero acaso tive conhecimento da existência deste blog sobre os Colégios de S. Bartolomeu, Medelim e Penamacor e muitas outras pessoas haverá (antigos alunos ou não) que ignoram a existência deste espaço, para divulgação de documentos, histórias, episódios e outras curiosidades daquela época.

Não frequentei o Colégio de Medelim mas entrei em Penamacor em 1969 e envio aqui uma fotografia datada de 9 de Março de 1965 :
Da esquerda para a direita - Antero M.Rebelo - Severiana ? - Outra rapariga - Fernando R. Elvas.
Cumprimentos para todos e parabéns pela iniciativa.
Com alguma pesquisa e disponibilidade ficarão para mais tarde outras fotos sobre Penamacor.
Adérito Rebello."


Fotos antigas - 1965
Um abraço de boas-vindas ao Adérito!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dia do Professor (Padre Fatela)

Boa noite a todos!
O João Adolfo sugeriu-me que partilhasse convosco o que escrevi sobre o Padre Fatela, meu professor de Português do 3º ao 5º ano dos Liceus, no Colégio de Penamacor (68/69 a 70/71). Ficou uma ligação estranha, mas é só clicarem no título a seguir... .......   ...... (Ah!..., pois é!... Afinal quem contou aquela anedota "picante" ao dr. José Rafael não foi o Padre Albino, não... foi mesmo o Sr. Padre Fatela! Ele mesminho e o próprio... Boa!...)
umdiapormuitosebonsanos...: Dia do Professor: "O meu professor de Português era o Padre António Vieira dos sermões da Semana Santa na Beira Baixa... Foi ele que me explicou que aquilo de ..."

Regresso às aulas II


O primeiro dia de aulas servia para a compra de livros e cadernos e para o primeiro contacto com os professores. Escrevíamos o sumário no caderno diário da disciplina que, invariavelmente constava do número da lição (1ª lição) no início da primeira linha da primeira página, ao meio da linha, a palavra Sumário e no extremo direito a data do dia escrevendo-se nas linhas seguintes o texto que dizia sempre: ‘Apresentação. Alguns conselhos aos alunos’.

O professor definia as linhas de orientação para os meses seguintes incidindo sobre a matéria, o regime disciplinar, a avaliação, o regime de pontos escritos, chamadas escritas, chamadas ao quadro e outras coisas parecidas que se traduziam em anotações na caderneta e que iriam determinar a situação de cada um de nós no fim do ano lectivo. A aula ainda era a brincar mas havia já qualquer coisa de muito sério naquelas palavras iniciais. Mas a gente não ligava muito. A parte dura seria apenas daí a alguns meses. Importante era que a campainha tocasse para podermos gozar de 10 minutos de contacto com os colegas, conversarmos e fumarmos um cigarrito, já que não havia pais por perto e ninguém nos iria importunar por isso. Os intervalos eram a nossa oportunidade de algazarra, de correria pelas escadas, de arrastar carteiras na sala de aula e da reprimenda da D. Irene para quem o dia seria agradável se não houvesse intervalos entre aulas.

A uma aula seguia-se uma outra até ao intervalo maior para o almoço e de tarde a mesma coisa. Não havia tempos livres. Um furo no horário era preenchido com uma aula de estudo com presença obrigatória onde quase sempre estava a D. Irene para nos aturar ou havia disciplinas mais ou menos inventadas para o efeito. Foi o caso do nosso primeiro ano (da minha turma) em que existiam aulas de CIVILIDADE dadas pela saudosa D. Mimi Pires Marques. Eram conselhos sobre a nossa postura em sociedade. Pessoalmente, já não me lembro de nenhum.

E assim se começava um novo ano lectivo.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Regresso às aulas I


Com a divulgação de mais uma foto dos primeiros tempos que me foi enviada pelo Tó Pedro, gostaria de lembrar o regresso às aulas daqueles tempos. Nesta foto, identifico o Padre José Pedro, a Dra Imelda, o Tó Pedro cortado à direita e mais ninguém. Vamos ao tema.

7 de Outubro era o dia de início de aulas no colégio. A abertura das aulas era precedida de uma sessão solene que normalmente ocorria no pátio dos rapazes sendo a mesa da direcção, professores e convidados colocada no patamar junto à sala dos professores. Fazia-se o discurso oficial normalmente a cargo do director, distribuíam-se os prémios aos alunos que se haviam distinguido no ano anterior e delineava-se o ano lectivo que se iniciava. Esta sessão solene ocorria no domingo anterior à abertura das aulas e era o reencontro que já nos sabia bem após cerca de três meses de férias. A saudade de colegas e amigos especialmente com os quais tínhamos mais afinidades era grande e havia que fruir estas horas ainda sem o peso dos livros e cadernos diários. Era sobretudo um dia de convívio onde já se começava a olhar com curiosidade para aqueles que não conhecíamos. Os mais pequenos seriam os que entravam para o primeiro ano e não nos mereciam muita atenção mas havia outros que sobre os quais questionávamos: Será que vem para a nossa turma? Será que vai ser um tipo fixe? Aquele não me parece ter boa cara. Aquele está muito envergonhado. E aquele tem ares de importante. Aquele deve ser um tipo porreiro. Juízos apressados que se faziam e que muitas vezes não correspondiam à realidade.

Estavam já constituídas as turmas e as salas onde iam funcionar. Na maior parte dos casos os horários estavam já afixados e eram já conhecidos os professores para cada disciplina que íamos ter. Havia professores a transitar do ano anterior e outros novos cujos nomes nada nos diziam. Dos conhecidos, sabíamos com o que contávamos. Severos, condescendentes, forretas na notas, autoritários, competentes, tudo tinha cabimento na nossa apreciação.

Era um dia de boa disposição, muito diferente dos que se seguiriam ao longo dos meses do ano lectivo.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dª Imelda e Algumas VETERANAS... em 1961

veteranas - 1961No Colégio de MEDELIM também houve veteranas.... Aqui deixamos, para recordação, alguns rostos da época ... 1961

Reconhecem-nas ?!...

Eu andei por ali pouco tempo, mas recordo com muita saudade os momentos ali passados ... Jorge

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Amigos da Onça 1961

No Colégio de Medelim realizavam-se com frequência torneios de Futebol de salão em pleno recreio interior, num espaço reduzido, mas com as bancadas sempre lotadas.
As equipas eram organizadas com elementos dos vários anos e cada uma tinha a sua "claque", bem distinta.
Hoje relembramos os "Amigos da Onça". Conhecem-nos?! Lá estou eu, mais uma vez, de gravata, indumentária a rigor do árbitro da partida. Bons tempos... Jorge

torneio de futebol - 1961

ESTES SÃO MESMO VETERANOS ...Em 1960

Como já foi dito, o Colégio de Medelim teve o seu início em Aldeia do Bispo em 1960, a cujo fundador, Padre José Pedro, presto as minhas sinceras homenagens. A ele se deve, como já foi dito, mas também esquecido por alguns, o desenvolvimento dos concelhos de Penamacor e Idanha-a-Nova, a partir dos anos 60.
Aqui estão alguns dos verdadeiros veteranos desse Ano de 1960:

Jorge e Rui Candeias (Aldeia de João Pires); Zé Manel (Águas); Mesquita e Mateus (Orca); Quim Miguel, Antero Robalo e Tó Toscano (Aldeia do Bispo). Como o tempo passa... Jorge

veteranos - 1960

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Primeiros VETERANOS



Alguns dos veteranos

veteranos do colégio de Medelim
Olá caro Proença, com toda a razão,esta foto deveria também ser colocada aqui desde o início deste blog. Mas como as vou colocando espaçadamente com alguns comentários que pretendo poderem avivar memórias e dar aso a outros comentários dos fotografados e não só, ainda não tinha chegado a vez desta. Entretanto o AntonioG. Pedro suplantou em quantidade e qualidade o número de fotos que possuo e temos de dar a primazia à sua publicação. Espero que o Honorato tenha tempo de as ir introduzindo também escalonadamente, para podermos gozar de alguma expectativa e porque não temor de não nos reconhecermos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Curso avançado(agora se chama mestrado) de dança ao ar livre " in strada"

aguardando pelo transporte
Como podem comprovar estamos em mais uma das aulas oficiais "in strada", agora já com observadores e com juri, para o qual estão a fazer a respectiva protecção por via do sol não os perturbar na sua sábia apreciação dos dotes dançarinos das concorrentes. Tenho algumas dúvidas sobre este tipo de cursos à margem do curriculo oficial. Uma delas é porque é que só as raparigas é que treinavam?
Deixo aqui expresso os meus sinceros parabéns ao António G. Pedro pelo envio das preciosas fotos que tinha guardadas. Tantas e tão belas recordações que elas me trazem à memória. Vamos todos dar uma ajuda na identificação de algumas caras que começam a esfumar-se da nossa memória.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Padre Albino

o padre Albino
Já por aqui se falou do padre Albino Alves Nunes, professor de Moral no Colégio de Medelim até 1971, data em que saiu desta localidade onde era pároco desde 1961. 
Se já aqui foi referido, nalguns comentários, chegou hoje a vez de lhe dedicarmos um “post” para lembrar a sua passagem pelo nosso Colégio. 
Era o único professor que eu conhecia quando entrei para o Colégio, no ano lectivo de 1966/67, uma vez que era também pároco de Proença-a-Velha e acompanhou toda a minha catequese na Escola Primária. 
Nessa época no final de cada ano escolar, para além das Provas Finais para passagem de Classe, tínhamos também o exame de Catequese. Lembro-me perfeitamente de nessas ocasiões estar, juntamente com todos os meus colegas de classe, na Igreja Matriz e irmos depois, um a um, para a sacristia, onde o Padre Albino, acompanhado pelas Catequistas, nos fazia o exame de catequese… 
Obviamente que esse facto me colocava, achava eu, em enorme vantagem, relativamente à grande maioria dos meus colegas do 1.ºano!... Havia um professor que eu já conhecia e com o qual já havia tido sucesso em quatro exames! … 
É claro que as aulas de Moral no Colégio iam muito além das aulas e dos exames de catequese da Primária e o espírito de alguma abertura do padre Albino terá levado a algumas situações algo embaraçosas como a que o Honorato referiu num comentário ao “post – a anedota” do professor José Rafael. 

Mantive sempre uma relação de grande estima e consideração pelo padre Albino e estive com ele a última vez na Segunda-feira da Páscoa de 2006, na Romaria da Senhora da Granja, em Proença. Viria a falecer a 1 de Agosto desse mesmo ano, com 78 anos de idade. 

Deixo aqui, como recordação, uma fotografia do padre Albino, numa procissão do Senhor do Calvário em Proença, tirada no início dos anos 60 do século passado, nos primeiros anos da sua passagem por Proença e Medelim.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Continuando.....

Colégio de Medelim - os tempos livres Todos têm razão.Eu explico: O facto de andar no meio da estrada era porque na data referida o trânsito mais intenso era nas horas de chegada e saída dos protogonistas e portanto durante o dia era um deserto.....como se vocês não soubessem. E a estrada era o "passeio público" do local. Mas tb era verdade que um dos "guardas" era de Ald Bispo. Enfim estávamos em casa.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Agora é a vez das beldades

colégio de Medelim - os primórdios
Uma vez que fui convidado para participar no blog do Colégio de Medelim vejo-me na obrigação de não guardar só para mim as fotos das beldades que nos acompanharam nos primeiros anos e nos davam aplausos nos jogos e companhia , amizade e ajuda para ultrapassar as dificuldades dos estudos. Aqui vai uma ....
Tenho alguma dificuldade em saber o que faziam um cântaro de barro e uma panela de ferro de três pernas entre o grupo e a torre da igreja, por favor ajudem a esclarecer......
Fila de cima da esquerda para a direita; Alice;?;Lurdes Faria;Adelaide;Guida;Lurdes Saraiva; Em baixo:Fernanda Geraldes;?;

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Finalmente apareceu a foto da equipa maravilha

torneio de futebol
O Manuel Dionísio Borges disponibiliza esta fotografia dos primeiros anos de colégio. Ele não sabe bem onde foi tirada mas espera que no nosso próximo encontro se identifique o local. Entretanto, se alguém tiver esse conhecimento, adiante-se e informe-nos.
O rigor do equipamento deixa um pouco a desejar mas muitos de nós jogámos diariamente no nosso pátio sem qualquer equipamento adequado. Depois os pais em casa davam a respectiva reprimenda pela roupa suja ou mesmo rasgada mas continuávamos. Mas jogar de calções e gravata, só no colégio de Medelim. Pedi ao Manuel que identificasse os atletas já que eu apenas identifiquei um, aquele que não se confunde e que todos conheceram. Mas aqui vão os nomes dados pelo Manuel Dionísio: Da esquerda para a direita, em cima: Jorge (Aldeia de João Pires), Joaquim Curto Vaz (Aldeia do Bispo), Eng. Ressurreição, Figueiras (Orca) e em baixo: Manuel Dioníso Borges (Aldeia do Bispo), António (irmão do padre Manel - Aldeia do Bispo) e Antero Robalo Elvas (Aldeia do Bispo).
E diz o Manuel Dioníso:
'Como legenda, à falta de melhor, pode ficar: Finalmente apareceu a foto da equipa maravilha'.
A foto vai ser colocada no blogue dele 'chendro à deriva' e promete mandar outras recordações. Nós esperamos por elas.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Récita de Finalistas de 1972/73 (III) - Festivais de Verão

Agora que estamos em tempo de férias, de festas e de festivais rock, deixo aqui uma foto de um momento “musical” da nossa récita de 1972/73, relativo à apresentação da Banda Internacional “The Five Brutals of ENSI”… 
Aqui os apresentadores de serviço, o Luís Seguro e a Natália, anunciando a entrada em palco dos elementos do grupo, um a um; já presentes o J. Adolfo e o Milheiro… 
Na entrevista que se seguiu à apresentação dos elementos da banda havia um texto, elaborado com a colaboração do eng. Ressurreição (como sempre), com alguma crítica social, que provocou alguns risos amarelos entre as entidades oficiais presentes na assistência, nomeadamente o Presidente da Câmara… 

Récita de Finalistas 1972/73
P.S.: Eu tinha uma foto com a Banda toda em actuação, mas não a localizo. Se a encontrar coloco-a para verem o que era uma banda a sério!...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Foi no sábado passado...

Há tempos que estava para acontecer. A Clarinda e o Manel são nossos irmãos, ela e eu irmãos de sangue, os afins por ... afinidade,
Foi aqui, em Palmela, arredores, na nossa casa, que decidimos que o almoço havia de ser. As duas filhas deles quiseram estar. Por algum tempo. A nossa filha, marido e seus dois filhos presentes também.
No muito que se falou - a conversa chegou ao dia seguinte - tinha de "vir à baila" o nosso Colégio de Medelim. E o de Penamacor. E o nosso Blog.
Recordámos também o João Adolfo, a Trindade, o Honorato, a Natália, a Luísa... e tantos outros. Sempre com uma exclamação feliz ou uma sonora gargalhada. O Manel e a Clarinda ainda cantaram e as suas vozes bem nos confortaram. Estávamos precisando de as ouvir.
Passou-se pela recordação de alguns professores e funcionários, e, como não podia deixar de ser, veio "a talhe de foice" a "educadora de infância" que ensinava Francês e "punha os olhos em bico" à rapaziada com as suas competências no trato com o filho do Eng. Ressurreição. Ah! João! Que gargalhadas se soltaram!
Depois mais uns pormenores de que ouvi falar, há muitos, muitos anos... e que já esquecera.
Mas não vêm p'ró caso.
Isto só para vos dizer que há gente que gosta de vós. O que não ignorais. Mas faz sempre bem ouvir a confirmação.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A anedota...

Não resisto a deixar aqui pespegada a anedota que me contou um colega meu, professor do nosso Colégio de Medelim, um padre anafado que Deus já guarda, por certo, no céu!
O eng. Ressurreição festejava mais um aniversário. Para partilhar sua ventura, convidou o corpo docente que se reuniu em sua casa. Em volta da mesa, a conversa foi fluindo e fluindo, até que chegou a vez de eu trocar diálogo com o saudoso padre, risonho, bem nutrido, vestido a rigor como na altura soía a classe dos pastores de almas! Nem lhe faltava o chapéu preto, de aba curta, a encimar a figura majestosa do robusto professor que foi!
Na altura a publicidade ao tabaco era uma constante na televisão. Também fui fumante (SG ventil era o que eu queimava...), tal como minha mulher, e bem assim o dito padre! Ora, por esse tempo, havia uma nova marca no mercado: os cigarros KART! O 'slogan' ( em voz 'off') que se impunha ao público consumidor dizia tal e qual isto: "Cigarros Kart... dão kilómetros de prazer!" Os kilómetros aliavam-se, claro está, ao veículo desportivo que dava nome aos cigarros e que também fazia as suas primeiras apresentações nas pistas do estilo, o que conjugava com a estratégia do anunciante que pretendia lançar e impor o produto!...
Palavra puxa palavra, cigarro puxa cigarro e, a páginas tantas, o padre volta-se para mim e pergunta: "Sabe porque é que o Kart é o cigarro dos padres?!" Francamente lhe respondi que ignorava a razão do fato, e aguardei a explicação! Chegando-se mais a mim, segredou-me ao ouvido: "É porque é o cigarro que dá kilómetros de prazer aos que não podem ter o prazer dos centímetros!..."
Obviamente que o riso coroou a anedota que eu desconhecia em absoluto. E lá nos atirámos a mais um pedaço de bolo, com a certeza já velha de que, afinal, um padre é um homem como outro qualquer...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

First things...first!

Primeiramente, há que agradecer o convite do João Adolfo! Bem hajas, bem haja a Luísa, pela oportunidade de regressar a Medelim: a minha aldeia de iniciação como professor, pois que a minha mulher Aurelina já havia ensinado em Trancoso!
E para começar, a notícia histórica do episódio que nos levou (casados de fresco), ao Colégio de Medelim.
Tudo começou durante a nossa lua-de-mel, na capital quase sempre sem capitais. A minha cara-metade fora ao cabeleireiro, e eu fiquei no nosso quarto - na Pensão Moçambique... -a percorrer a secção de anúncios do "Diário de Notícias", meu velho conhecido da casa paterna, o preferido do meu pai!
Deparei então um texto que pedia professor de Inglês e professor de Ciências/Matemática para "colégio no centro do país". Contatado o número indicado, a coisa ficou concertada em poucos minutos, embrulhado que estava o pacote em papel cor-de-rosa pelas palavras exageradas do eng.º Ressurreição!
Para quem se casou a 10 de Setembro, como nós, a bvida até pareceu correr de feição: emprego para os dois e çogo no mesmo sítio!
Sem carro, a viagem de camioneta foi lenta e penosa. Ao tempo, a estrada no troço final, ainda não conhecia os acabamentos em alcatrão. Mas chegámos bem a deram-nos (a Dª Mimi da Junta ) uma casinha já na saída para Monsanto, que era o repositório bastante fiel de um ninho para recém-casados. Pequenina, aconchegada, humilde mas linda, linda! Lembro que as portadas das janelas tinham corações recortados a enfeitálas! E adorámos o nosso tecto primordial, onde perduraram dias e dias de alegria e amor.
O edifício do Colégio, velhinho, não nos desanimou nem um poucochinho: suplantavam-no os alunos queridos e os colegas do corpo docente. Bem como a saudosa D.ª Irene que eu retenho com seu preto lutuoso e face enrugada e sorridente.
Foram dois anos que acabariam com a ida para Castelo Branco, para o Liceu (ela)e eu para a EICCB! Entendemos ambos que a comissão de serviço tinha chegado ao fim, e dificuldades várias e de cunho pessoal nos determinaram os passos!
Hoje, tendo visto já no blogue o abandono a que votaram o velhinho casarão, dá-me vontadade de voltar, de percorrer o que dele resta e repassar as primeiras aulas, por certo incompletas, que vendia por um salário engraçado, de 3.313$00!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Penalti!

Primavera do ano lectivo de 1963-64.
Não é novidade que o Eng. Ressurreição , se bem me recordo um “lampião" ferrenho e então no princípio da sua estadia no nosso Colégio, gostava de futebol e, com as mais que fracas instalações de que dispunha, motivava bastante a rapaziada para que a prática do desporto-rei ali tivesse algum significado.
A maioria dos “atletas” era de fraca qualidade, pois as “academias” ainda estavam a “milénios” de acontecer e a “malta” “dava uns pontapés” mais para se divertir que para sonhar um dia vir a ser craque lá na então longínqua Lisboa, onde o Benfica enrolara o Barcelona e o Real Madrid em duas finais europeias. Sinceramente, de todos os alunos de então penso que só o Rolo, aspiraria a jogar no Idanhense, vá lá nalgum dos clubes da capital do distrito… Em meu entender era mesmo o melhor de entre todos nós, quase sempre bem toscos. Que me perdoem esta franqueza os que pudessem “andar a sonhar acordados”. Até posso estar enganado e ter de lá saído algum craque. Mas a vida militar arrastou-me, o Colégio cresceu e os “milagres”, não surgindo todos os dias, podiam depois ter acontecido. Oxalá!
Mas estou para aqui “a meter palha” e a história a escapar-se.
O ponto culminante do futebol do colégio era o Torneio inter-turmas, com alguns ajustamentos para dar oportunidade àqueles que ninguém queria na equipa da sua turma. Quer pela minha aselhice natural, quer porque a turma de Alemão – um dia vou explicar porque me tornei aluno de Alemão, disciplina que só concluí 13 anos depois!!! Essa também é uma boa história”, como cantava/canta o grande Roberto Carlos no seu “Calhambeque”… - ter poucos alunos para constituírem uma formação completa, a certas altura vejo-me na equipa dos aselhas e “marginais”, nitidamente fadada para ser a última do torneio. E todos aproveitavam para “malhar” em nós…
Estava a decorrer um jogo no campo improvisado no pátio do recreio sem grandes condições para que os aselhas não o fossem tanto, quando um “jeito” do árbitro nos arranja um penalti contra os nossos valorosos adversários, que muito se fartaram de contestar. Aquilo era mesmo uma “roubalheira”. Hoje, com os óculos de melhor qualidade, penso que foi mesmo um jeito. “A corrupção” não é só de hoje e penso que uma gasosa fresquinha podia fazer toda a diferença.
Quem chuta, quem não chuta e o Pedroso “atreve-se” a viver a tremenda “angústia do marcador do penalti frente ao guarda-redes”. Ainda houve algumas reclamações “marco eu, marco eu!”, mas a "convicção" do Pedroso venceu as resistência, porque nós queríamos era mesmo UM golo.
A coisa começou a ficar pouco ortodoxa quando, depois de medidos os passos da praxe – ora, queriam marcações de campo, não?! – o Pedroso se ajoelhou, soprou o chão e começou a levantar um montinho de terra. Para que seria? Ora, para colocar a bola mesmo lá no cimo. Já não era só a angústia do marcador, mas a de todos nós, os restantes membros da equipa.
Bola bem equilibrada no alto do montinho de terra, a uns metros da baliza, guarda-redes adversário um tanto desconfiado com a “cena” e do “resultado” que aquilo poderia ter – ainda esboçou um protesto junto do árbitro que se limitou a aceitar a “novidade”… - e o Pedroso vem tomar balanço lá para o meio campo. Que não era muito longe, diga-se de passagem.
Havendo transmissão pela rádio ouvir-se-ia o seguinte:
- Senhor ouvintes, o “perigoso” avançado Pedroso toma balanço, a meio campo, fixa a bola e depois o guarda-redes, vai partir, perde alguma embalagem, finalmente chega perto da bola, remata e… nem vão acreditar… o monte de terra desapareceu, há uma pequena nuvem de pó e a bola segue, suavemente, para a baliza, onde o guarda-redes, sem ter ocasião de brilhar, recolho o esférico com a maior facilidade.
Até ao fim do ano falou-se menos da equipa vencedora do torneio – talvez a do Sr. Engenheiro, pois ele era “fanático” pela bola e, mesmo não sendo Aluno, participava, com alegria, em meu entender sempre na “melhor equipa”, certamente por ele ser um reforço de peso. Guardo dele as melhores recordações e aproveito para o homenagear com esta brincadeira.
Nota: A história, no seu essencial, aconteceu. Algumas variantes que fujam da rigorosa exactidão, são próprias de quem já não tem a cabecinha dos verdadeiros artistas que escrevem por aqui a concorrer comigo.
Saio a perder, mas a minha idade dá-me “direito” a falhar penaltis…
Ficaria contente se o Pedroso pudesse contestar:
- Olha que não foi bem assim…
Foto retirada da internet.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Luísa e Natália, com o ENSI em fundo
Meus amigos

Antes que comece para aí a divagar vou passando já já ao que hoje me traz aqui e permitam-me, sem menosprezo para os demais, que evoque os intervalos do almoço passados amiúde com alguém de entre vós que ocupa um lugar muito especial no meu coração, a provar que há amizades com pilhas duracel que duram e duram e duram...


Pois é Luisa é contigo mesmo, olha nós, olha a pose tão jovens e arrumadinhas... certamente num daqueles dias em que apanhámos o serviço de transporte combinado com o Dr. Barbosa, no seu ruidoso carro veloz e ferozmente conduzido pelas ruas estreitinhas a subir e a descer ele a carregar no acelerador desafiando todas as leis da fisica que nos impingia e nós a carregar a fundo num travão imaginário e a encolher-nos todas para facilitar a manobra e evitar que o dito se esmurrasse nas arestas das paredes... e tudo culminando na tua casa com a marmita a sair da lancheira ou a partilha do teu almoço que a tua mãe bastas vezes me oferecia.

Aguém nos fotografou a partir do castelo com o colégio ao fundo. Diz lá que não foi bom eu ter guardado estas peças de museu, engraçado eu pensar que era um capítulo encerrado e enterrado e afinal está tudo a renascer as lembranças a surgir em turbilhão e eu a dar graças por ser conservadora e tão agarrada às coisas, ás pessoas e aos objectos e resistir sempre que penso em deitar fora, como se estivesse a abandonar um animal ou pior ainda a apagar alguém da minha vida para sempre...

Não tenho dúvidas. Ainda estamos em sintonia.

Beijinhos. Natália

sábado, 17 de julho de 2010

Ainda a propósito da Dr.ª Júlia, professora de Francês

   Na sequência do "post" anterior e dos "comentários" já recebidos, da Luísa, do Honorato e do Professor Serrano, parece-me que ficou ainda muito por dizer... isto, como disse a Luísa no seu primeiro "post", é como as cerejas...
   Para começar quero dedicar esta música, da Françoise Hardy, à nossa Dr.ª Júlia!
   E pegando nas últimas duas quadras da canção:

"Comme les garçons et les filles de mon âge
Connaîtrais-je bientôt ce qu'est l'amour?
Comme les garçons et les filles de mon âge
Je me demande quand viendra le jour

Où les yeux dans ses yeux où la main dans sa main
J'aurai le coeur heureux sans peur du lendemain
Le jour où je n'aurai plus du tout l'âme en peine
Le jour où moi aussi j'aurai quelqu'un qui m'aime"
   Faço votos para que esse dia tenha chegado logo assim que nos deixou e que tenha sido, e continue a ser, muito feliz!
   Gostei também de saber que a preferência das meninas ia mais para o Dr. José Rafael!... mas aí cuidado! A Dr.ª Carolina (era assim que se chamava a mulher?), era também muito bonita e não o deixava ir mais além do que espalhar o seu charme!...
   Quanto à pergunta da Luísa sobre se a sedução dos rapazes seria ou não sobre a cara da Dr.ª Júlia, fiquei cá a pensar e a tentar pesquisar nos arquivos da memória e ... olha que és capaz de não estares enganada!
Ora vejamos:
1) A senhora ia para a janela e ficava de costas para nós;
2) A senhora usava  umas belas mini-saias e debruçava-se para falar com o Mico...
   Tenho mesmo que concordar contigo, decididamente tens razão! ... Agora já faz todo o sentido o facto de alguns rapazes da fila de carteiras encostada a essa parede, com um ângulo morto relativamente à janela, aproveitarem sempre essas alturas para irem até ao cesto dos papéis, para afiarem os lápis.
   Bem que me fazia espécie os lápis gastarem-se tão depressa nas aulas de Francês!...
   E assim tenho também que concordar com o  Professor Serrano; a senhora tinha outros dotes, para além dos de educadora de infância.
  E de facto, Honorato, ela não esteve connosco no último encontro, mas gostaríamos muito de poder contar com a sua presença, e de todos os outros professores e professoras, nos nossos próximos encontros. Pois que, com mais ou menos carisma e simpatia por parte dos alunos, todos eles foram muito importantes para a nossa formação, tanto em termos académicos como sociais e humanos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A foto (última) da Natália e o Francês do meu 3º ano

A professora Júlia e o Mico
Que me desculpe a Natália, pela “desfiguração” da sua fotografia, que considero um documento único, aliás, mas a mesma tem duas pessoas que me fizeram recordar as minhas aulas de Francês do 3º ano.
Enquadremos a história: no 1º ano tive a Francês o P. Lamego, do qual aqui já se falou, nomeadamente por usar métodos demasiado antiquados, que impunha através de uma disciplina excessiva (se calhar ainda reminiscências dos seus tempos de seminário); no 2º ano o professor de Francês foi o Eng. António Ressurreição, sobre o qual não valerá a pena, neste texto, falar pois todos teremos ainda na memória muitas histórias a seu respeito; no 3º ano tive aulas, se a memória não me trai, na sala do 1º andar, em frente à sala de Professores e à sala/refeitório dos rapazes.
Ora bem, então vamos lá às memórias que a fotografia da Natália me avivou: a dita sala tinha uma janela quase em frente à casa do Engenheiro, à porta da qual o filho, ainda muito pequeno, costumava brincar algumas vezes. Nesse 3º ano tivemos a Francês uma professora, relativamente nova que usava umas mini-saias muito de acordo com a época… Ora a dita professora vivia, ou pelo menos almoçava, na casa do engenheiro e gostava muito de brincar com o filho dele…
Nós estávamos na aula de Francês, o catraio vinha para a rua brincar, a professora ia para a janela dizer-lhe umas gracinhas, apoiava os cotovelos no peitoril, debruçava-se um pouco e, … claro, os olhos dos rapazes da turma eram, como que de imediato, atraídos por uma enorme força magnética que irradiava desta cena ternurenta, ... ficando a pedir aos céus para que continuasse por mais algum tempo.
Já havia até quem dissesse que alguns rapazes da turma iam prometer, e oferecer, goluseimas ao pequeno António para vir brincar para a rua sempre que íamos ter aulas de Francês. Não era por nada, era apenas porque achavam que a dita professora tinha dotes … (de educadora de infância), e gostavam que ela os mostrasse… apenas isso, creio eu!…
Na foto destaquei aqueles que acho serem os dois protagonistas desta história, ou, se o não forem, pelo menos fizeram-me reavivá-la…

segunda-feira, 12 de julho de 2010

o susto da galinha


Uns dias fora e quantas novidades! Amei essa prosa da Luisa, um teste à nossa inteligência, construindo uma história à volta de uma coisinha de nada que quando damos conta nos enlaça nos abraça nos obriga a fazer parte, a correr até ao fim até perder o fôlego e a ler com a sofreguidão de quem atravessou o deserto e se vê não perante uma miragem mas um oásis de verdade.

Se me lembro desses episódios...de joelhos no canto da sala, sabe-se lá de que lado estava a razão, se o engenheiro mandou mesmo fazer os trabalhos se lhe passou pela cabeça e não o disse, se nós na cavaqueira do costume papelinho pra cá e para lá não prestámos atenção. A verdade é que ali ficámos vexame dos vexames, coisa impensável ou improvável nos dias de hoje, perante uma turma que de repente emudeceu que o engenheiro não era de modas levava a disciplina a sério e não admitia atentados à sua autoridade tão ou mais elevada que o seu tamanho até porque estava á vontade, tudo á partida sancionado, os nossos pais arreie-lhe, castigue, não era como agora que não toca no meu filho nem com um dedo como se de seres intangíveis se tratasse.

E porque o engenheiro será sempre um actor principal nestas estórias, eis um daqueles raros momentos com que o genial fotógrafo seja quem tenha sido nos brindou captando com grande sentido de oportunidade o momento exacto em que a comitiva passeando por qualquer aldeia da região foi surpreendida por uma galinha que ou asssustou o engenheiro ou o engenheiro a assustou a ela provocando tal alvoroço e redondas gargalhadas que parecem ecoar ainda nos meus ouvidos.

Saída das fronteiras da minha gaveta depois de tantos anos de escuridão ganha vida neste preciso instante em que passa a fazer parte (também) do vosso imaginário... Apreciem.

Beijo

Natália

terça-feira, 6 de julho de 2010

"Todos com diferenças, mas todos apóstolos"...


a última ceia 

Como não tenho fotografias desse tempo e, infelizmente, não guardei até hoje "livros de autógrafos", "questionários"(?) e outros documentos dos tempos de  Medelim, decidi colocar uma "Última Ceia" muito original (porque nela o Judas é um "apóstolo" como os outros e sabe-se lá o que é que lhe deu na altura e porquê e não se fala mais no assunto que também tenho 2 gatos, o João ratão e a Carochinha e nem ele espreita panelas, nem ela fica sozinha porque ele não passava de um judas do seu destino)... Posto isto e porque de mais uma "última ceia" parece ter surgido este blogue de amizades e recordações, quero retomar alguns temas de comentários e deixar um texto um pouco mais compostinho. Aqui vão, então, algumas recordações de professores nossos amigos em seus dias sim e nossos Judas de serviço em seus dias não...

O primeiro é o Padre António Ribeiro, que foi meu professor de francês no 1º ano e que, penso, será o mesmo Padre Lamego de que aqui já se falou e que pelos vistos era Director (nunca percebi!): massacrou-nos com a fonética do Francês e mais gramática e muita gramática (e viva a matemática, que sempre era uma ajuda para a dita) e com a malfadada guerra Israelo-Árabe, que me deu muitos pesadelos antes de adormecer, à espera que se acabasse o mundo com uns homens de turbante a rebentar apocalipticamente o universo, levando Israel  na frente e com ela todos os seguidores de Cristo e Deus Nosso Senhor, lá íamos nós todos para a Semana Santa outra vez, onde é que eu me havia de esconder? Na travesseira, claro, com o rosto lá todo encafuado e bem escondido, a custo respirando e... está bem, está bem, Mãe... e lá me levantava e aprontava para apanhar o autocarro do Colégio que vinha da Benquerença, do Vale, da Meimoa, com paragem nas aldeias do Bispo e João Pires, antes de chegar a Medelim... Entretanto, o pesadelo já era, no meio de tanta cantoria e risada e brincadeiras à espera no pátio da D. Mimi, no campo dos rapazes, entre os 2 edifícios do Colégio, no arrabalde para os picnics do almoço, no rés-do-chão do 2º edifício com espectáculos teatrais com direito a bilhete e tudo para ver a Maciel lálálá-lálálá, a Sandie Shaw toda loura e descalça e mais umas quantas travessuras a jeito de improviso dia-a-dia, sempre novo, sempre diferente, todos diferentes, todos iguais... TRRRRRIIIIIMMMMMM e lá ia tudo a correr para as salas do 2º ano...
Acabou-se o Padre António, entra o Engenheiro Ressurreição, do alto do seu metro e noventa ou lá que fosse e era tão alto como a Torre Eiffel e dava Francês viajado e organizado, anedotas nem sempre muito católicas mas que o faziam esboroar-se a rir e nós atrás e uma Matemática a sério, com arrumação discreta e arrumada num sumário geometricamente desenhado e embelezado com letra da escola francesa... Acho que foi dos meus melhores professores e definiu em muito a minha vida (foi com ele que comecei a trabalhar no Colégio e era na casa dele que eu comia, na altura)... Ainda assim  e nos dias de judeu-árabe de Padre António Ribeiro, tive direito a passar uma aula de matemática de joelhos por me ter esquecido de fazer os t. p. c. (a Leontina e a Filomena Canelas lá me iam animando), a ter um zero na caderneta por não saber de cor uma poesia  em Francês, que ele só marcara na 2ª turma e a ficar com as impressões digitais dos seus 10 dedos impressos nas minhas tenras bochechas durante todo o santo dia, por lhe ter "respondido" que não marcara uma certa tradução escrita de um texto e só por isso não a fizera... É verdade, levei 2 lambadas monumentais e à francesa (e em toda a turma safaram-se 3 ou 4) de um professor que eu adorava e numa disciplina em que o adorava... 
A D. Irene, de paciência infinita e a fazer o seu crochet de óculos bem entalados na ponta do nariz, livrou-me 2 ou 3 vezes das garras do Honorato e dum amigo dele de Penha Garcia, quando decidiam roubar-me o garruço e jogar com ele ou, pior ainda, fazer de mim bola de volley ou andebol, o que um dia me fez gritar tanto de horror por me ver já com os ossos fraquitos todos escaqueirados no chão, que a D. Irene saiu de sua casas qual Sandokan de saias e ai meus malandros que eu vou dar queixa ao sr. engenheiro... foi o que eu quis ouvir e fugi muito contente à espera que o Sr. Engenheiro lhes mostrasse o seu metro e noventa e tal de autoridade e justiça... Pois é, mas a mesma D. Irene, em dia de Judas à antiga, espetou comigo da sala de estudo para fora aos gritos de "agora, agora, até a formiga tem catarro!... Rua, rua, rua!... e já!...) e tudo isto porque a Fátima Avelar (que era minha companheira de carteira, quando a Natália falhava) decidiu que eu havia de gritar porque a ela não lhe apetecia estudar mas brincar com um alfinete com que, calma e olimpicamente, me ia picando as bochechitas do rabiosque, até eu ser surpreendida por uma alfinetada  mais profunda e "cobarde" que me obrigou a um grito proibido, grito sério, daqueles que punham uma turma de estudo à gargalhada... Acreditou lá ela que eu recebera a alfinetada, se a Fátima jurava a pés juntos com o seu ar cândido e muito chocado que ela não tinha alfinete nenhum e que... etc... etc... formiga... formiga... formiga com catarro.. e, olha: rua e uma vergonha daquelas e uma humilhação de formiga desfeada em lágrimas, que foi o que eu passei...!

Já comi muitas "cerejas" e a conversa vai longa... só falo de mais um comensal, porque me deu a minha disciplina preferida no Colégio: Canto Coral, com um dia dedicado ao Orfeão. Aí sim, eu era calma e feliz e tinha do "Tenente" Ribeiro uma ideia diferente de professor: mais amigo, brincalhão, mas... anos mais tarde, já em Filosofia, ainda me ameaçou com a rua várias vezes... além de que nos não deu solfejo nas aulas de Iniciação Musical, porque as pessoas não gostavam porque era chato - dizia ele - e eu fiquei para sempre a desenhar claves de sol, colcheias e semi-colcheias, porque são uns caracteres muito bonitos... Fosse ele o Padre Ribeiro e espetáva-nos com a fonética da Música e mais tarde ainda lhe agradecíamos, que é o que eu faço agora e da forma mais sentida e sincera que me conheço...

Peço desculpa por ter sido tão longa, mas acabei por retirar umas cerejas do cesto que vinham acopladas em raminhos de 3 e 4 e demorei mais tempo... Entretanto, recordei alguns dos comensais desta "última ceia" original, já muito filtrada pela patine dos tempos e das aprendizagens... O que é agradável no desnho é que o Judas quer mesmo comer e conviver e por isso tem o sorriso dos outros e não tem armas na manga ou dinheiros nos bolsos... "Todos com diferenças, mas todos apóstolos",  legendou Ana Cardoso na sua Ceia... e eu gostei. Dela e de estar aqui convosco. Beijinhos. Até já.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

magusto 1967(?)
Antes.... e depois...


magusto 1967(?)
Se bem me lembro, estas fotos foram tiradas num dia de Magusto, no Sr. do Calvário (?).
Antes de se assarem as castanhas e depois, já irreconhecíveis... era o dia da nossa grande vingança... os professores ficavam completamente enfarruscados...
Quem reconhece quem??
Abraços
Natália

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Olá pessoal

Honorato, o meu problema é não funcionar muito bem com este produto mas parece que está mais ou menos resolvido...
Não sabia dessa história curiosa da sucessão da direcção do colégio. De Medelim tenho uma memória mais remota... como é natural, mas na minha cabeça o director era o Eng. Ressurreição. Lembro-me como me impressionou naqueles primeiros dias! Miúda, ingénua, sem nunca ter saído das asas da mãe... aquele professor impunha-nos um natural respeito... pela estatura, pelo tom de voz... havia qualquer coisa de intimidante que se foi dissipando ao longo do tempo. A minha vocação eram as letras... fraca queda para os números e a verdade é que só fui boa aluna a matemática quando o tive como professor!
João, não te esqueças da festa da cerveja... ou do vinho!
Abraços
Natália

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Padre Lamego

À atenção da Luisa e da Natália

Os vosso últimos textos são muito interessantes e não podem ser 'escondidos' como comentários porque, dessa forma, não terão a visibilidade que merecem. O João Adolfo abrirá com certeza a porta do blogue para que vocês insiram os vossos 'posts'.
Ambas falaram dos nossos professores e focaram um em especial, o Padre Lamego. Pois o Padre Lamego também tem história e deixo aqui alguns tópicos para que mais alguém os possa completar.
Como é sabido, o Padre José Pedro foi o director nos primeiros anos e, por questões várias, foi transferido pelo bispo da Guarda para outra localidade da diocese e teve de deixar o Colégio. Ficámos sem director. Era natural que lhe sucedesse o Eng. Ressurreição, já então um distinto professor. Mas havia um obstáculo sério: Não era licenciado. Passou a ser algo como um director executivo, mas tendo formalmente como director esse Padre Lamego que passou a ser também professor. Era um homem um pouco antiquado em especial se atendermos que sucedia a um Homem bastante liberal mesmo no que se referia ao relacionamento com os alunos. Usava um grande sobretudo, era já entrado na idade e tinha as sua próprias ideias sobre a forma como os alunos se deveriam comportar.
No início do seu primeiro ano lectivo impôs uma série de regras de funcionamento bastante mais apertadas do que as que existiam antes. E todos se lembram que à hora de almoço os alunos frequentavam as zonas limítrofes de Medelim muito especialmente o 'leque' que ficava na saída para Monsanto. E havia também alguns namoricos que nunca foram objecto de qualquer observação por parte da direcção anterior. Ora uma das novas regras foi a proibição de os alunos se afastarem das imediações do Colégio porque, segundo as palavras do Padre Lamego era 'inadmissível que metade do colégio namorasse a outra metade' . Não teve grande sucesso.
Quem conta mais alguma coisa sobre esse nosso novo director?

sábado, 12 de junho de 2010

Festa de Finalistas 66/67

Festa de Finalistas 1966/67 Festa de Finalistas 1966/67

No ano lectivo 66/67, frequentava eu o então 5ºAno, organizou-se, creio que pela segunda vez, a Festa de Finalistas do Colégio. Fez-se uma votação na sala de aula para eleger uma comissão de alunos que tratasse dos preparativos e concretizasse a festa desse ano. Coube-me a mim, juntamente com a Maria Amélia, a Natália, a Trindade e o Adérito meter mãos à obra numa tarefa para a qual não tinhamos qualquer preparação nem conhecimentos. Nessa altura, a Festa de Finalistas dava também 'nomeada' ao Colégio o que nos permitiu ter o total apoio da Direcção, nomeadamente na logística que se viria a revelar bastante complicada.

A primeira acção foi realizar de imediato algum dinheiro que nos permitisse fazer face às primeiras despesas pelo que se fez um convite à participação de todos os finalistas com 30$00. A turma contribuiu e esse foi o primeiro passo bem sucedido. Depois foi elaborado um programa. Não podia faltar o Baile e a Récita mas nós queríamos algo mais que nos proporcionasse mais um dia de festa. Sugeriu o Sr Eng. Ressurreição a realização de uma Prova de Perícia Automóvel. Nenhum de nós sabia o que isso era, muito menos como poderíamos organizá-la. Era necessário um local, regulamento, segurança, autorizações, meios específicos, propaganda, etc. etc. Era demasiado para nós. Mas o nosso incentivador tinha um trunfo: conhecia alguém em Lisboa no Clube 100 à Hora que se disponibilizava para tratar de toda a burocracia, fazer o regulamento e vir cá com toda a instrumentação para realizar a prova. Estava perfeito. E que tinhamos nós de fazer? Angariar patrocínios.
Como receita previsível, tinhamos os nossos próprios contributos e as entradas no Baile. Em termos de despesas, haveria que pagar a um conjunto musical e a impressão dos convites para a festa, além de outros pequenos gastos. O orçamento já estava bastante curto e, a somar a isto, haveria que imprimir o regulamento da prova de perícia. Era um pouco arriscado. Solução: publicidade. Fizemos uma grande campanha de angariação de pequenos anúncios publicitários junto dos comerciantes da região para incluir no caderno do regulamento. Convidámos ainda diversas entidades locais e regionais à oferta de taças que constituíram os prémios aos concorrentes. Trabalhámos muito mas fomos bem sucedidos. Claro que o esforço foi de toda a turma e não só da comissão organizadora. O próprio Colégio teve uma enorme quota de responsabilidade no sucesso da festa.
Colocou-se ainda um problema novo e de solução difícil. Onde fazer a festa (o Baile)? Em Medelim não existia uma sala adequada para esta realização e nós não queríamos faze-la noutro local. Pedimos emprestado o lagar de azeite do Dr António de Oliveira. Não era o local apropriado mas com bastante trabalho de 'cenário' e água de colónia conseguimos disfarçar um lagar de azeite tornado-o um local de festa. Cheirava um pouco a azeite mas ninguém se queixou. O conjunto musical 'OS ATLAS' de Portalegre fizeram-nos esquecer as limitações do espaço e proporcionaram-nos uma noite muito agradável.
A Prova de Perícia realizou-se na área do cruzamento de Medelim e teve um sucesso extraordinário. Houve espectáculo, muitos concorrentes, competição, alegria e muitos prémios. Houve até uma taça para a senhora mais bem classificada. Sim, porque houve senhoras a concorrer.
O Baile teve uma boa participação. A Récita foi bastante animada incluindo a participação Coro de Colégio dirigido pelo Sr Tenente Ribeiro e apresentação individual de todos os finalistas com a leitura de uma quadra alusiva a cada um, da autoria do Sr Eng. Ressurreição que tinha um grande sentido de humor e soube destacar as particularidades de cada um de nós. A nossa Festa de Finalistas deveu-se muito a ele. É uma pessoa a lembrar sempre que se fala do Colégio de Medelim.
E foi assim que em 21 e 22 de Janeiro de 1967 tivemos o gosto de concretizar com sucesso a nossa Festa.
Como consequência, fizemos a nossa Viagem de Finalistas à Queima da Fitas em Coimbra nesse ano. Foi também um marco importante no nosso 5º Ano.
É bom recordar esses tempos.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...